Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Bill Gross: "Cuidado com a dívida alemã"

Co-fundador da Pimco, maior gestora de obrigações do mundo, diz que investir em dívida de países do euro se tornou, por motivos diversos, num exercício muito arriscado.

19 de Junho de 2012 às 13:44
  • ...
Em entrevista ontem à Bloomberg TV, o norte-americano Bill Gross torce o nariz a investimentos em obrigações soberanas de países da Zona Euro, porque considera oscilarem entre a oferta de risco excessivo e retornos desajustados ou mesmo medíocres, que reflectem em boa medida a incerteza que subsiste sobre a viabilidade da união monetária no seu actual formato, com 17 países.

O número dois da Pimco, maior gestora de obrigações do mundo, afirma que investir em títulos de dívida espanhola “deixou de ser seguro”, e que existem riscos relativamente ao retorno dos empréstimos feitos a países nucleares, como Itália e França, que têm de oferecer “yields” que duplicam as taxas de crescimento nominal das suas economias.

Mesmo Alemanha não é um destino isento de perigos para os investidores, na medida em que os seus títulos oferecem rendibilidades quase residuais, que não têm em conta as responsabilidades crescentes (e, logo, o risco) assumido pelo país para garantir os fundos europeus (FEEF/MEE) que vão aos mercados captar financiamento para os que já não o conseguem fazer por si.

“Eu seria muito cauteloso em relação às ‘bunds’ alemãs porque há poucos cenários em que poderão ter um desempenho favorável. Terão um bom desempenho se a Alemanha sair do euro e, de uma forma ou de outra, regressar ao marco e pagar as suas obrigações em euros. De outro modo, se, como estamos a ver na Grécia, o problema continuar a ser empurrado com a barriga, as responsabilidades da Alemanha vão continuar a aumentar de dia para dia”, argumenta Gross, referindo-se também aos desequilíbrios no sistema de pagamento entre os bancos centrais (Target 2) que estarão a sobrecarregar o balanço do Bundesbank.

“A Alemanha tem-se tornado cada vez mais responsável pelo euro.(…) Para mim, tem risco de crédito. Não é um mercado atractivo”, afirma.



Ver comentários
Saber mais Gross Pimco dívida alemã risco
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio