Estes são apenas alguns dos investimentos de Christian Angermayer.

Em Wall Street, o nome faz soar alguns alarmes. No entanto, para o bem ou para o mal, o bilionário alemão de 42 anos parece um símbolo da época, ou pelo menos destes últimos 12 meses atípicos. O investidor construiu uma fortuna arriscada e caprichosa durante o grande bull market em tudo.

O seu family office Apeiron Investment tem sido o principal investidor em sete empresas que entraram em bolsa nos últimos 12 meses, levantando mais de mil milhões de dólares, em conjunto.

Mais dez empresas do seu portefólio estão na fila para um IPO este ano, de acordo com banqueiros com conhecimento dos planos.

"Só invisto naquilo que me inspira curiosidade e pelo qual sou apaixonado", disse Angermayer numa entrevista por Zoom no início do mês passado a partir do seu escritório em Londres com uma estátua da deusa grega Hécate como cenário de fundo. "Isso anima-me".

Angermayer é a personificação da nova era dos investimentos, onde conceitos outrora futuristas estão a captar recursos e as ações disparam num sopro de esperança. O investidor é uma versão alemã de Chamath Palihapitiya, o negociador em série de empresas de aquisição com um propósito específico, ou SPACs, que se considera o Warren Buffett da era do Reddit.

Ao contrário de Palihapitiya, Angermayer não se identifica com as finanças ‘mainstream’ ou as redes sociais. Ainda assim, cultivou relacionamentos com alguns dos investidores mais influentes do mundo, incluindo o japonês SoftBank e Peter Thiel.

"Ele é provavelmente o melhor networker que já conheci", disse Mike Novogratz, um ex-sócio do Goldman Sachs com uma fortuna de 7 mil milhões de dólares. Os dois cofundaram a Cryptology Asset e investiram juntos em projetos relacionados com psicadélicos. "Ele construiu uma rede incrível de pessoas que gostam e aprenderam a confiar nele porque fizeram dinheiro com ele. Como captador de recursos, é incrível".

Empresas cotadas

A Apeiron tem 2,5 mil milhões de dólares em ativos, metade dos quais pertencentes a Angermayer. O fundo teve um retorno interno médio anual de mais de 50% na última década, de acordo com uma apresentação de março obtida pela Bloomberg.

Entre suas empresas recém-cotadas estão a AbCellera Biologics, que codesenvolveu uma combinação de medicamentos de anticorpos para a covid-19, e a Compass Pathways, uma startup farmacêutica que desenvolve um tratamento para a depressão baseado no ingrediente ativo dos cogumelos mágicos.

A Atai Life Sciences, uma empresa de biotecnologia focada em psicadélicos que fundou com o apoio de Thiel e através da qual Angermayer mantém a sua participação na Compass, foi avaliada recentemente em 2 mil milhões de dólares. Entrou com um pedido de IPO na terça-feira. E, naturalmente, ele tem uma SPAC de 200 milhões de dólares em estudo.

Ainda assim, nem todas as entradas em bolsa foram rentáveis. As ações da investigadora de medicamentos contra o cancro Sensei Biotherapeutics caíram 30% desde o IPO em fevereiro.

No entanto, Angermayer exala a confiança de um investidor que ainda não deu um passo em falso.

"Nenhum", disse, quando questionado sobre que tipo de hedge usa no seu portefólio. Ele criou um universo em torno do seu family office que é tão atual que parece ter saído de um guião de Hollywood.

Por falar em filmes, também é uma categoria que lhe interessa, tendo produzido ou sido produtor executivo de 21, incluindo a cinebiografia de Marcel Marceau do ano passado, "Resistance". A atriz Uma Thurman tornou-se investidora da Sensei Biotherapeutics em janeiro.

A sua curiosidade "permite que ele reconheça tendências muito cedo ou invente e crie sozinho um setor inteiro", disse Thiel por email.