Os banco central vai conceder empréstimos a três meses no valor de 139,5 mil milhões de euros à banca europeia, segundo reporta a Bloomberg. Amanhã os bancos europeus terão de devolver 96,9 mil milhões de euros em empréstimos de 12 meses que atingem a maturidade e no dia seguinte irão pagar 38,2 mil milhões de euros de empréstimos com maturidade a três meses.

A taxa de juro cobrada pela instituição será a taxa de referência para a região, que actualmente se encontra próxima de 1%.

O Banco Central Europeu tem vindo a reduzir a maturidade dos empréstimos concedidos à banca em montantes ilimitados. Retiradas as linhas de empréstimos de seis e 12 meses, Jean-Claude Trichet decidiu manter os empréstimos à banca durante os primeiros três meses do ano.
“Os bancos de alguns países continuam extremamente dependentes do dinheiro do BCE e apesar de as provisões de liquidez resolverem os problemas, ajudam a diminuir as tensões de mercado”, disse o economista do Commerzbank, Rainer Guntermann, à Bloomberg. “Eles terão de devolver algum dinheiro esta semana, mas ao mesmo tempo, podem contrair novos empréstimos durante mais três meses se necessitarem”, acrescentou.

A dependência do banco central deve-se aos receios de contágio do risco da dívida soberana dos países da Zona Euro, que está a reduzir a concessão de empréstimos no mercado interbancário.

O BCE está a já a procurar formas de reduzir a dependência dos bancos comerciais das suas linhas de financiamento, segundo explicou o membro do Conselho de Governadores da instituição à Bloomberg, numa entrevista de 11 de Dezembro. O responsável explicou que o “fenómeno” da dependência dos bancos “está a ser analisado neste momento e deveremos apresentar uma solução” na próxima reunião do BCE.

As preocupações dos bancos quanto à qualidade e crédito uns dos outros também se manifesta nos depósitos que os bancos fazem junto do BCE. Até ontem foram depositados 61,2 mil milhões de euros na instituição, segundo um comunicado divulgado hoje. Este montante de depósitos compara com 28,5 mil milhões de euros em 16 de Dezembro, refere a Bloomberg.