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BCE deverá voltar a programa de compra de activos

A autoridade monetária deverá optar por voltar a comprar obrigações soberanas com o intuito de controlar as taxas de juro no mercado secundário, em detrimento do programa de financiamento ilimitado a três, dizem os economistas.

13 de Abril de 2012 às 16:43
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A Bloomberg inquiriu 22 economistas durante a semana e 17 acreditam que o Banco Central Europeu (BCE) vai acabar por se ver obrigado a continuar com o programa de compra de activos à banca.

Apenas um dos economistas consultados pela agência noticiosa defendeu que a autoridade monetária vai recorrer aos empréstimos com prazo de três bancos. Um recurso a que já acedeu por duas vezes para reforçar a liquidez da banca. Em alternativa, para reduzir o stress, o BCE deverá comprar dívida no mercado secundário de dívida.

"O stress do mercado vai acabar por forçar o BCE a reiniciar o programa de compra de acções", disse o analista chefe do BNP Paribas em Londres, Ken Wattret, citado pela Bloomberg. "Obter o consenso do Conselho [do BCE] vai ser difícil", advertiu.

A última vez que a autoridade responsável pela política monetária da Zona Euro levou a cabo uma operação de financiamento da banca a três anos foi a 29 de Fevereiro. Operação em que os bancos nacionais aproveitaram 15 mil milhões de euros de um bilião que o BCE emprestou aos bancos.

"Acumulam-se os indícios de que o programa de financiamento a três anos é bastante tóxico no longo prazo e que não está a resultar”, disse o economista chefe do Société Générale, James Nixon. "Não creio que haja outro".

Depois das últimas operações de financiamento e com o BCE a manter-se afastado do mercado secundário de obrigações há quatro semanas, os receios no mercado de dívida voltaram a surgir. Espanha viu a taxa de juro implícita nas obrigações negociadas no mercado secundário subir para 5,99% esta semana e o custo que Itália teve de pagar num leilão de dívida a três anos, que decorreu esta semana, subiu um ponto percentual.

No dia 11 de Abril, o membro francês do BCE Benoît Coeure sinalizou que a autoridade monetária poderá voltar a comprar dívida soberana no mercado secundário.

"A crise vai forçar o BCE intervir outra vez e eu suspeito de que o comentário de Coeure serviu um pouco para testar as águas", disse o economista sénior do ING, Carsten Brzeski, citado pela agência noticiosa Bloomberg. "A reacção demonstrou que até uma intervenção não verbal surte efeito, nesta altura", acrescentou.
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