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Banco de Espanha quer bancos com reservas anti-crise. Setor tomba em bolsa

O Banco de Espanha tenciona acionar pela primeira vez um mecanismo anti-crise, que requere que os bancos reservem 0,5% dos seus lucros em 2025 e mais 0,5% em 2026.

John Nazca / Reuters
09 de Maio de 2024 às 12:30
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O índice de referência espanhol (Ibex), pesado em banca, está a negociar no vermelho, num dia em que o Banco de Espanha disse que vai requerer que os bancos espanhóis constituam reservas para, no futuro, poderem ajudar o país a ultrapassar uma crise. Dos seis bancos que fazem parte do Ibex — Santander, BBVA, Bankinter, Caixabank, Unicaja e Sabadell — apenas o último negoceia no verde, impulsionado pela proposta hostil do BBVA para uma fusão

Nos próximos dias, o organismo de supervisão espanhol ativará a chamada reserva anticíclica de capital, um mecanismo que permite aos bancos acumularem capital durante as fases de retoma económica, que podem depois libertar em tempos de crise para absorver perdas, informou o Banco de Espanha, citado pelo jornal espanhol Cinco Días. 

A autoridade de supervisão espanhola vai pedir, desta forma, que os bancos espanhóis reservem 0,5% dos seus lucros em 2025 e mais 0,5% em 2026. Feitas as contas e tendo em conta os balanços atuais, isto significa que no conjunto das seis maiores instituições financeiras do país vão guardar cerca de 14 mil milhões de euros durante os próximos dois anos. 

A maior fatia será a do Santander, com 6,4 mil milhões de euros, segue-se o BBVA com 3,8 mil milhões, o Caixabank reservaria 2,32 mil milhões, o Sabadell 790 milhões, o Bankinter 390 milhões e o Unicaja 290 milhões.

As notícias não agradaram os investidores e levou mesmo o índice de referência espanhol a derrapar mais de 1% durante o dia.

O que mais recuou foi mesmo o BBVA — estava a cair quase 6% —, tendo sido pressionado também pelas notícias de que vai lançar uma proposta hostil para se fundir com o Sabadell. Por sua vez, o Sabadell foi mesmo o único dos seis grandes financeiros espanhóis que negociou no verde por essa mesma razão. 

O Santander estava a cair 0,71% e o Bankinter 0,21%. Já o Caixabank descia 1,04%, enquanto o Unicaja baixava 0,16%.

"Os bancos devem aproveitar o aumento dos lucros que se tem vindo a observar no período recente para aumentar a sua resiliência e, desta forma, continuar a desenvolver a sua principal função de financiamento às famílias e às empresas com projetos viáveis, mesmo que se concretizem os riscos relevantes identificados no atual ambiente de incerteza", afirmou o próprio Banco de Espanha na última revisão da reserva de capital, em março.
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