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Arábia Saudita anuncia corte de preços, volta atrás, mas petróleo regressa às quedas

O maior produtor mundial de petróleo anunciou esta quinta-feira o reforço no desconto do preço do crude exportado para os mercados norte-americano e asiático. Dez minutos depois anulou esta informação. Ainda assim, o preço da matéria-prima reagiu em queda.

Diogo Ferreira Nunes diogonunes@negocios.pt 04 de Dezembro de 2014 às 13:12

"Arábia Saudita reforça o desconto no preço das importações de petróleo para os EUA e a Ásia". "Aramco [petrolífera estatal da Árabia Saudita] anula decisão sobre os preços de venda do crude". Entre estas duas comunicações, publicadas esta quinta-feira, 4 de Dezembro, passaram 10 minutos. Foi o tempo suficiente para o petróleo regressar às quedas nos mercados internacionais.

 

Quer o Brent quer o West Texas Intermediate (WTI) inverteram a tendência de subida. O crude de referência para as importações portuguesas desvaloriza 0,09% para 69,89 dólares por barril. O "ouro negro" de referência para as importações norte-americanas cede 0,46% para 67,07 dólares.

 

O primeiro anúncio da Aramco, a petrolífera estatal da Arábia Saudita, servia para reforçar a intenção de manter a liderança no mercado petrolífero mundial. Uma garantia dada na quarta-feira, 3 de Dezembro. O país não está disposto a perder quota de mercado "para ninguém". A hipótese de fechar a torneira só aconteceria se outros produtores dessem "garantias razoáveis" que iriam manter a sua quota de produção, segundo o príncipe Turki Al-Faisal, citado pela Bloomberg.

 

Uma posição ameaçada pelo forte ascendente dos Estados Unidos. Os norte-americanos já são os segundos maiores produtores mundiais de crude, graças ao forte crescimento da produção de petróleo de xisto betuminoso, conhecido como "shale oil". Uma mudança de forças que tem levado a fortes descidas no preço do petróleo nos mercados internacionais.

 

As quebras acentuaram-se desde o final da semana passada. A 27 de Outubro, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) manteve a quota de produção diária nos 30 milhões de barris. Uma decisão fortemente influenciada pela Arábia Saudita, a maior produtora do cartel, que defendeu a estabilização da quota de produção no encontro levado a cabo em Viena, Áustria. Uma reunião marcada pela divisão entre os 12 membros da OPEP.  

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