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Antigo banqueiro do Goldman Sachs condenado a três anos de prisão por "insider trading"

Juiz considerou Brijesh Goel culpado de transmitir informação privilegiada a um amigo, "trader" do Barclays, sobre potenciais fusões e aquisições em que o Goldman Sachs estava a trabalhar, em 2017 e 2018.

O Goldman Sachs foi, entre os gigantes de Wall Street, o que mais gastou para reter talento. Ao todo, a instituição desembolsou 18 mil milhões de dólares em 2021, um aumento de 30% face a 2020. Se não fossem estes custos, a despesa do banco teria diminuído 9%, em termos homólogos, de acordo com as contas da Bloomberg Intelligence.

Para este ano, o CFO do banco, Denis Coleman, garantiu durante a conferência com analistas 'que iremos continuar a criar um ambiente de trabalho competitivo', ainda que não espere 'um aumento dos custos operacionais sobre esta matéria, nos próximos tempos.
Brendan McDermid /Reuters
02 de Novembro de 2023 às 12:38
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Brijesh Goel, antigo banqueiro e vice-presidente do Goldman Sachs, foi condenado a três anos de prisão por divulgar informação privilegiada sobre possíveis fusões e aquisições (M&A na sigla em inglês) em que o banco de investimento estava a trabalhar.

A sentença foi conhecida na quarta-feira, num tribunal em Manhattan, após vários meses de julgamento. O antigo banqueiro, que foi considerado culpado de "insider trading" e obstrução à justiça, terá de apresentar-se às autoridades no dia 9 de janeiro, declarou o juiz Kevin Castel.

Em causa está a transmissão de informação privilegiada a Akshay Niranjan, "trader" do Barclays com quem Goel estudou na Universidade da Califórnia. O juiz acredita que Goel passou informação, a que teve acesso através de mensagens de correio eletrónico internas, sobre pelo menos seis potenciais M&A em que o Goldman Sachs esteve envolvido em 2017 e 2018. Esta informação terá sido passada durante jogos de "squash". 

Niranjan testemunhou contra Goel como parte de um acordo para evitar ser ele próprio julgado.

A pena ficou ligeiramente abaixo do pedido pela acusação, que procurava uma pena de prisão entre 41 a 51 meses, mas foi mais dura do que o esperado pela defesa do antigo banqueiro que, segundo a Bloomberg, pedia a deportação imediata de Goel para o seu país de origem, a Índia, sem tempo de prisão.

"Estou profundamente envergonhado com as minhas ações. Peço desculpa ao Goldman Sachs, aos meus colegas e a todos os que se sentiram traídos pelas minhas ações", afirmou Goel, de acordo com a agência de notícias, perante o juiz. 

Além da pena de prisão, o antigo banqueiro terá também de pagar uma multa de 75 mil dólares. Além disso, o Goldman Sachs quer que Goel pague 393 mil dólares para fazer face às despesas legais em que o banco incorreu devido ao caso.
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