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Alunos do Secundário batem gestores de fundos e mercado

André, Mafalda e Luís conseguiram o que parecia impossível. Investiram em acções nacionais, num período conturbado nas bolsas mundiais (entre 18 de Fevereiro e 14 de Março) e conseguiram um retorno positivo de 3,43%.

30 de Abril de 2008 às 00:30
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André, Mafalda e Luís conseguiram o que parecia impossível. Investiram em acções nacionais, num período conturbado nas bolsas mundiais (entre 18 de Fevereiro e 14 de Março) e conseguiram um retorno positivo de 3,43%.

No mesmo espaço de tempo, o PSI-20 caiu 10,1% e as unidades de participação dos fundos que investem em acções nacionais desvalorizaram, em média, 7,14%.

Os três alunos da escola secundária Júlio Dantas, em Lagos, participaram no Jogo do Investimento, uma iniciativa do ISCTE/ Business School, e decidiram apostar em força nas empresas do PSI-20. O regulamento do jogo permitia investir em depósitos em euros e em moeda estrangeira (libras, dólares e ienes). E também nos índices internacionais Dow Jones Euro Stoxx 50, Dow Jones Industrial Average, Footsie e Nikkei.

"Decidimos investir em empresas individuais, em vez de índices gerais por causa da crise nas bolsas", explicou Mafalda ao Jornal de Negócios. O BCP foi uma das principais apostas, presente em todas as jogadas.

"Decidimos investir em empresas individuais, em vez de índices gerais por causa da crise nas bolsas", explicou Mafalda ao Jornal de Negócios. O BCP foi uma das principais apostas, presente em todas as jogadas. "Já tinha descido tanto que pensámos que só podia subir, ou pelo menos manter", justificou-se a aluna. Este foi também o conselho do professor orientador, Pedro Cantinho Pereira. "Sabia que no curto prazo era arriscado, mas se não arriscassem não ganhavam nada", disse.

Já André, que segundo o professor orientador, foi o líder do grupo, confessa que a opção de investir nas acções nacionais teve a ver com o desconhecimento da bolsa. "Não conhecia este mundo, por isso achei melhor aventurarmo-nos primeiro na bolsa nacional, para podermos acompanhar melhor as empresas".

Pelo meio das jogadas aparecem apenas dois investimentos em depósitos, "decididos por segurança", explicou Mafalda. Nas duas primeiras jogadas conseguiram ganhar "bastante dinheiro e por isso, na terceira investimos em euros para garantir que não perdíamos o dinheiro todo", relata.

Os valores conseguidos pelos estudantes não são directamente comparáveis com os alcançados pelos fundos de acções nacionais, que investem numa perspectiva de longo prazo e com elevada diversificação, mas deixaram André entusiasmado com as apostas na bolsa. "Adorei participar no jogo", disse. "O meu pai prometeu-me que se eu ficasse nos primeiros lugares me deixava investir na bolsa o meu pé de meia", contou animado com a perspectiva que agora se pode concretizar.

Já Mafalda diz que se "divertiu" mas a experiência serviu "para concluir que não tenho estômago para a bolsa, não chega conhecimento, é preciso sangue frio". Quando a última jogada terminou "fiquei aliviada, é bom olhar para a bolsa sem ter que investir nada", confessa.

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