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Alguns portugueses vítimas de Madoff podem não receber dinheiro de volta

Alguns dos lesados em Portugal pela fraude de Bernard Madoff podem nunca chegar a receber o dinheiro que investiram, com eventuais processos judiciais a arrastarem-se anos, alertou hoje Luis Nobre Guedes, o advogado que representa os clientes portugueses.

17 de Fevereiro de 2009 às 16:11
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Alguns dos lesados em Portugal pela fraude de Bernard Madoff podem nunca chegar a receber o dinheiro que investiram, com eventuais processos judiciais a arrastarem-se anos, alertou hoje Luis Nobre Guedes, o advogado que representa os clientes portugueses.

"Há algumas pessoas que podem não recuperar o seu dinheiro. O que tentamos agora é conseguir recuperar o máximo possível. Não nos podemos esquecer que entre as vítimas há pessoas que tinham investidas todas as suas poupanças", sublinhou Nobre Guedes.

O escritório de Luis Nobre Guedes integra o grupo de 35 firmas de advogados de 22 países que hoje assinaram uma Aliança Global para procurar sinergias e formas de colaboração em eventuais processos associados à fraude.

Em declarações aos jornalistas em Madrid, Nobre Guedes referiu que o número total de vítimas e o valor dos fundos em causa ainda está a ser determinado, explicando que o perfil dos afectados vai de grandes instituições - como o Santander Totta e o Banco Espírito Santo - a clientes particulares.

"O valor global [em Portugal] que se tem referido ronda os 100 milhões de euros", disse, recordando que em todo o mundo pode haver três milhões de pessoas afectadas.

Admitindo que ainda estão a ser estudados os tipos de processos que podem vir a ser iniciados, Nobres Guedes relembrou que a fraude de Madoff envolve "uma cadeia de responsabilidade" que integra tanto instituições financeiras, como auditores, empresas de notação financeira ou reguladores.

Questionado sobre se os reguladores poderiam ser alvos de processos, por não terem protegido adequadamente os clientes vítimas da fraude de Madoff, o advogado português explicou que a estratégia terá que ser vista caso a caso.

Em Portugal, considerou Nobre Guedes, os reguladores "têm agido muito abertamente" disponibilizando toda a informação possível, lidando com a situação "de uma forma digna e exemplar".

"Há uma cadeia de responsabilidade que tem que ser claramente apurada. E temos que perceber, afinal, quem foi responsável pelo quê", disse.

Nobre Guedes antecipa que nos próximos três a quatro meses esteja definida a estratégia e acções a tomar em nome dos clientes afectados.

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