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Acções europeias têm maior potencial

As acções continuam a oferecer as melhores oportunidades, com a Europa a negociar com níveis mais atractivos face aos EUA. Ainda assim, os analistas alertam que é preciso ser selectivo.

João Pereira Leite recomenda aposta selectiva em acções europeias. Pedro Elias
17 de Novembro de 2016 às 11:53
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A política expansionista dos bancos centrais mundiais provocou distorções nos preços dos activos. Um ambiente que, na opinião dos especialistas, torna difícil encontrar oportunidades de investimento e obriga a ser selectivo. As acções europeias oferecem, porém, as melhores oportunidades, depois de anos de "bull market" nos EUA.

O ambiente de taxas de juro historicamente baixas está a forçar os investidores a apostar em activos de maior risco. Mas, mesmo aqui as oportunidades são escassas. "Estamos mais selectivos nas acções", referiu João Pereira Leite, na conferência do Jogo da Bolsa deste ano, organizada pelo Negócios e pela GoBulling e em parceria com o ISCTE, que decorreu a semana passada em Lisboa. O director de investimentos recomenda a aposta em acções europeias "porque as americanas estão com margens mais elevadas".

Mas, independentemente da região, os especialistas notam que é essencial olhar para os fundamentais das empresas, "independentemente do contexto", sublinha Abel Sequeira Ferreira, director da AEM. Selecção é, assim, a chave para garantir resultados positivos.

Num ambiente em que as políticas monetárias controlam o sentido dos mercados, Filipe Garcia mostra-se "relativamente optimista para o sistema financeiro". Na opinião do analista da IMF, "os fenómenos de concentração estão aí para continuar", o que deverá sustentar as acções.

Fuga das obrigações

Mas, se nas acções os especialistas defendem que ainda é possível encontrar oportunidades, nas obrigações a história é outra. "Estamos subinvestidos em obrigações. Há uma bolha estimulada pelos bancos centrais", defende João Pereira Leite. Abel Sequeira Ferreira também fala da "suspeita de uma bolha global", na sequência da elevada liquidez injectada pelos bancos centrais no sistema.

Além dos receios de que os preços estejam distorcidos, o mercado de dívida tem ainda sido fortemente pressionado pela eleição de Donald Trump. A expectativa que o presidente eleito aposte num programa económico que promova medidas mais inflacionistas e leve a que os juros subam mais depressa do que o esperado tem determinado uma venda generalizada nas obrigações mundiais.

Os mercados emergentes são outro activo a evitar. João Pereira Leite considera que estes países são a variável que mais tem a perder com Trump, uma vez que "não negoceiam num bloco", o que os deixa numa situação mais fragilizada. Logo, o responsável aconselha "alguma cautela".

Em sentido contrário, "o ouro é o único activo que vai ficar melhor do que estava", após as eleições nos EUA, acrescenta o director de investimentos do Banco Carregosa. Ainda que até agora o metal dourado não tenha registado valorizações expressivas, sempre que há uma elevada pressão vendedora nos mercados, os investidores tendem a refugiar-se no ouro.

Mas, não é nem nas acções, nem nas obrigações ou nas matérias-primas que o responsável da Carregosa identifica as melhores oportunidades. Face ao actual ambiente de juros baixos e avaliações já demasiado esticadas, o banco está a recomendar aos seus clientes a aposta em fontes de rendimento alternativo.


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É cada vez mais difícil identificar boas oportunidades de investimento. Os analistas recomendam cautela com as obrigações e nos emergentes e mandam os investidores ser selectivos nas acções.

Aposta selectiva em acções na Europa
A Europa continua a recolher a preferência dos analistas para investir em acções. O facto das bolsas do Velho Continente não terem acompanhado a subida das praças norte-americanas, que têm estado a negociar em recordes após as eleições, e do BCE continuar comprometido em manter os estímulos monetários jogam a favor das acções europeias. Por outro lado, a fraqueza do euro face ao dólar também deverá sustentar a actividade das exportadoras europeias. Mas, mesmo na Europa é importante privilegiar empresas com balanços sólidos e bons resultados operacionais.

Ouro beneficia com volatilidade
João Pereira Leite acredita que o ouro vai beneficiar com a vitória de Donald Trump nas presidenciais dos EUA. A busca por protecção, face ao ambiente de instabilidade, deverá favorecer o metal precioso. Ainda assim, é importante ter em consideração a subida quase certa dos juros nos EUA em Dezembro, um movimento negativo para o ouro.

Emergentes e obrigações a evitar
As obrigações e os mercados emergentes lideram a lista de activos a evitar. Enquanto no mercado da dívida, os especialistas referem a existência de uma bolha especulativa devido à política monetária, os emergentes perdem com a eleição de Trump. As medidas proteccionistas do presidente eleito penalizam estas regiões.



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