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Washington acredita que robustez do mercado laboral ajude decisões da Reserva Federal

A economia dos Estados Unidos criou mais de meio milhão de postos de trabalho em julho, dados do emprego que vão dar “espaço de manobra suficiente para reduzir a inflação sem causar danos indevidos", defendeu a conselheira económica da Casa Branca.

Wall Street vive um “bull market” desde março de 2020, tendo já ultrapassado as valorizações conseguidas no “bull market” entre 2002 e 2007.
Brendan McDermid/Reuters
06 de Agosto de 2022 às 10:38
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O governo norte-americano confia em que a robustez do mercado laboral, que em julho criou meio milhão de postos de trabalho, seja suficiente para a Reserva Federal (Fed) poder combater a inflação sem provocar uma recessão económica.

 

"A Fed vai analisar estes dados (do emprego) e, embora possam dificultar um pouco o seu trabalho, por outro lado, dar-lhe-ão espaço de manobra suficiente para reduzir a inflação sem causar danos indevidos", disse a conselheira económica da Casa Branca, Cecilia Rouse, numa entrevista à EFE, na sexta-feira.

 

A administração Biden refere-se frequentemente à força do mercado de trabalho como um exemplo de que a economia norte-americana não está em recessão, embora cada vez mais economistas receiem que o regresso à política fiscal restritiva conduza a uma contração da maior economia do mundo.

 

Rouse respondia aos receios de alguns economistas de que a robustez excecional do mercado de trabalho ajude a manter a inflação elevada, que foi de 9,1% em junho, obrigando o banco central dos EUA a continuar a subir as taxas de juro para tentar travar a subida histórica dos preços no consumidor.

 

A conselheira sublinhou que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considera prioritário dar à Fed a independência necessária para combater a inflação, pelo que não quis avaliar a possibilidade de o organismo presidido por Jerome Powell continuar a subir as taxas de juro, com aumentos de 0,75 pontos percentuais, os maiores em quase 30 anos.

 

Rouse também defendeu que a maioria das medidas que Biden está a considerar tomar para reduzir para inflação, como o cancelamento temporário do imposto federal sobre a gasolina, exige a aprovação do Congresso, pelo que instou os congressistas e senadores a aprovarem a Lei de Redução da Inflação que começará a ser debatida, previsivelmente, este sábado no Senado.

 

A lei contempla investimentos para reduzir o défice e para impulsionar a transição energética no valor de milhares de milhões de dólares e, caso seja aprovada, tornar-se-á a legislação mais ambiciosa sobre as alterações climáticas validada nos Estados Unidos, diz a Casa Branca.

"A redução do défice tem o potencial de reduzir a inflação no curto prazo, porque retira estímulos à economia em vez de adicionar", disse Rouse.

 

No entanto, uma das medidas que Biden está a considerar para travar a subida dos preços não precisaria do apoio do Congresso: a redução de algumas tarifas aduaneiras sobre produtos da China que o seu antecessor, o republicano Donald Trump (2017-2021), impôs no meio da guerra comercial com o gigante asiático.

 

Rouse não quis antecipar uma possível decisão de Biden, mas disse que o Presidente está a estudar esta possibilidade, no contexto da atual situação geopolítica e do seu compromisso de reduzir a inflação.

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