Notícia
Gafe do Tesouro dos EUA faz bitcoin escalar 10%. Criptomoedas "privadas" disparam até 21%
O discurso de Janet Yellen revelou (antes de tempo) que os EUA vão acelerar a regulação de criptomoedas com uma ordem executiva de Joe Biden. As agências dos EUA encarregues do tema terão entre 60 e 180 dias para concluir os relatórios antes de serem adotadas recomendações.
A bitcoin disparou até 10% esta manhã, regressando ao patamar dos 42 mil dólares com a ajuda de Janet Yellen. A secretária de Estado do Tesouro norte-americano desvendou uma nova ordem executiva da Casa Branca para regular o mercado das criptomoedas, num discurso publicado esta quarta-feira.
O problema é que a nota só deveria ter sido publicada durante o dia de hoje, pelo que rapidamente a secretária de Estado do Tesouro retirou o discurso do 'site'. O lapso foi avançado pela Bloomberg e, apesar do recuo, já não foi a tempo de travar o disparo do mercado das criptomoedas que reagiu em alta às novidades da administração norte-americana.
Os "players" do mercado cripto têm defendido a necessidade de uma regulação que transforme o setor das criptomoedas de uma terra de ninguém, para um segmento de plataformas e investidores que possam ver com clareza quais os passos que podem dar e em que sentido. No seu discurso, que será realizado esta tarde diante do Congresso, Yellen irá sublinhar "que uma ordem presidencial sobre a regulação das criptomoedas apoiaria uma inovação responsável".
"Sob a ordem executiva, o Tesouro em parceria com colegas de outras agências, poderá elaborar um relatório sobre os sistemas de pagamento", acrescentará Yellen. Adianta ainda que "a ordem executiva irá abordar os riscos relacionados com práticas ilícitas, protegendo consumidores e investidores e prevenindo ameaças contra o sistema financeiro e contra a economia em geral".
Perante estas palavras, a bitcoin disparou até 10%, durante esta manhã, para 42.427 dólares, batendo um novo máximo da última semana, tendo, entretanto, aliviado para 42.108,23 dólares. Por sua vez, a ethereum continua em ascenção, estando a subir 8,4% para 2.745,53 dólares, de acordo com os dados da Coin Market Cap.
Apesar destes ganhos, as mais beneficiadas por estas palavras de Yellen foram as chamadas "criptomoedas privadas" ou "moedas crime" -- num tom mais depreciativo -- assim conhecidas devido ao seu alto grau de anonimato, o que leva muitas vezes a especular sobre a sua ampla utilização na dark web para fins ilícitos. A Monero saltou 21% e o Zcash 17%, segundo os dados da CoinGecko.
Além das palavras da secretária de Estado do Tesouro, estes ganhos foram também impulsionados pela especulação de que estas moedas podem estar a funcionar como meios de pagamento utilizados pela Rússia. "O recente crescimento da cotação das moedas privadas é impulsionado principalmente por traders que especulam sobre a possibilidade de vermos uma fuga de capital", explicou Ben Caselin, chefe de "research" e estratégia da "exchange" de criptomoedas AAX, citado pela Blloomberg.
EUA atrás da Europa na regulação
Ao contrário da União Europeia que já está a trabalhar nos últimos pontos do regulamento sobre o mercado dos criptoativos (na sigla inglesa MiCA), que poderá ser publicado no próximo ano ou em 2024, nos EUA, até ao momento, só foi publicado um relatório preliminar "de linguagem" que deu início aos trabalhos preparatórios para a legislação sobre criptomoedas.
No entanto, a partir desta ordem executiva de Joe Biden tudo pode mudar. Segundo uma fonte do governo norte-americano em declarações à Bloomberg, as agências dos EUA encarregues deste tema terão de 60 a 180 dias para concluir os relatórios, depois dos quais a Casa Branca entrará em cena para cumprir as recomendações e começar a apresentar propostas.
O problema é que a nota só deveria ter sido publicada durante o dia de hoje, pelo que rapidamente a secretária de Estado do Tesouro retirou o discurso do 'site'. O lapso foi avançado pela Bloomberg e, apesar do recuo, já não foi a tempo de travar o disparo do mercado das criptomoedas que reagiu em alta às novidades da administração norte-americana.
"Sob a ordem executiva, o Tesouro em parceria com colegas de outras agências, poderá elaborar um relatório sobre os sistemas de pagamento", acrescentará Yellen. Adianta ainda que "a ordem executiva irá abordar os riscos relacionados com práticas ilícitas, protegendo consumidores e investidores e prevenindo ameaças contra o sistema financeiro e contra a economia em geral".
Perante estas palavras, a bitcoin disparou até 10%, durante esta manhã, para 42.427 dólares, batendo um novo máximo da última semana, tendo, entretanto, aliviado para 42.108,23 dólares. Por sua vez, a ethereum continua em ascenção, estando a subir 8,4% para 2.745,53 dólares, de acordo com os dados da Coin Market Cap.
Apesar destes ganhos, as mais beneficiadas por estas palavras de Yellen foram as chamadas "criptomoedas privadas" ou "moedas crime" -- num tom mais depreciativo -- assim conhecidas devido ao seu alto grau de anonimato, o que leva muitas vezes a especular sobre a sua ampla utilização na dark web para fins ilícitos. A Monero saltou 21% e o Zcash 17%, segundo os dados da CoinGecko.
Além das palavras da secretária de Estado do Tesouro, estes ganhos foram também impulsionados pela especulação de que estas moedas podem estar a funcionar como meios de pagamento utilizados pela Rússia. "O recente crescimento da cotação das moedas privadas é impulsionado principalmente por traders que especulam sobre a possibilidade de vermos uma fuga de capital", explicou Ben Caselin, chefe de "research" e estratégia da "exchange" de criptomoedas AAX, citado pela Blloomberg.
EUA atrás da Europa na regulação
Ao contrário da União Europeia que já está a trabalhar nos últimos pontos do regulamento sobre o mercado dos criptoativos (na sigla inglesa MiCA), que poderá ser publicado no próximo ano ou em 2024, nos EUA, até ao momento, só foi publicado um relatório preliminar "de linguagem" que deu início aos trabalhos preparatórios para a legislação sobre criptomoedas.
No entanto, a partir desta ordem executiva de Joe Biden tudo pode mudar. Segundo uma fonte do governo norte-americano em declarações à Bloomberg, as agências dos EUA encarregues deste tema terão de 60 a 180 dias para concluir os relatórios, depois dos quais a Casa Branca entrará em cena para cumprir as recomendações e começar a apresentar propostas.