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ESMA mantém posição apesar do "crash" FTX: Risco para o sistema financeiro é limitado
A conclusão está em linha com último relatório sobre as potenciais ameaças do mercado cripto ao sistema financeiro tradicional, em que o regulador, também concluiu que o risco de contágio entre ambos os mercados ainda é "baixo".
O supervisor financeiro europeu (na sigla inglesa ESMA) deixou esta quinta-feira claro, através de uma publicação no Twitter, que apesar do colapso da FTX ser um marco para o setor cripto, constitui um risco "limitado" de contágio dos mercados financeiros tradicionais.
A conclusão está em linha com último relatório sobre as potenciais ameaças do mercado cripto ao sistema financeiro tradicional, em que o regulador, também concluiu que o risco de contágio entre ambos os mercados ainda é "baixo".
FTX collapse is a major event for the #crypto industry. #ESMA views the risks to the wider financial system as limited but this requires close monitoring, also because the lack of transparency & available data, incl. firms with exposure to FTX, renders the assessment challenging, https://t.co/GUBTRTXeHA
— ESMA - EU Securities Markets Regulator (@ESMAComms) November 17, 2022
"O colapso da FTX é um grande evento para a indústria cripto", reconhece o organismo liderado por Verena Ross. Ainda assim, a ESMA acredita que este "crash" acarreta "riscos limitados" para o "sistema financeiro", no entanto, sublinha a necessidade continuidade de "monitorização próxima" da situação.
O supervisor europeu lembra ainda que esta monitorização é "desafiante" devido "à falta de transparência".
A publicação do supervisor está em linha com o último relatório sobre as pontes entre o sistema financeiro convencional e o mercado cripto. No documento, o supervisor, entre muitos pontos, alerta para o excesso de alavancagem de algumas plataformas cripto e considera que o risco de contágio estrutural para o sistema financeiro tradicional ainda é "baixo", mas salienta a necessidade de continuar a monitorização deste tema.
Dentro do mercado cripto, o colapso da FTX já começa a contagiar outros "players" do mercado. A crise de confiança que se viveu durante o "crash" do ecossistema Terra USD voltou a assombrar, tendo já várias plataformas congelado os levantamentos de ativos, como foi o caso da Gemini e Genesis.
O mais recente cripto "crash" começou há cerca de duas semanas com uma notícia da Coindesk de que parte significativa do balanço da Alameda Research era composto por FTT, o que levantou preocupações sobre uma possível falta de liquidez.
A situação agravou-se com o recuo da Binance numa aquisição que iria resgatar a plataforma e com as alegações de que a FTX usou centenas de milhões de dólares de clientes para financiar investimentos de risco através da Alameda Research. A própria empresa confirmou que houve acesso não autorizado a ativos, mas não avançou com detalhes sobre o montante. As autoridades norte-americanas estão já a investigar o grupo.
Face a estes desenvolvimentos, a FTX acionou o "chapter 11" nos Estados Unidos e Sam Bankman Fried renunciou ao cargo de CEO, que passou a ser ocupado por John J. Ray III. O novo líder da plataforma garantiu que a empresa "fará tudo para garantir a segurança dos ativos". O ataque informático à plataforma só agravou ainda mais os problemas de liquidez da FTX.
Entre os lesados pela plataforma, há investidores portugueses, que no entanto, mantêm a confiança no mercado cripto já que para estes, o "crash" foi causado pela má conduta de certos atores do mercado e não por um problema de estrutura do mesmo.