Depois de ter conseguido atrair cerca de 50 mil milhões de dólares com um "exchange traded fund" (ETF) com exposição direta à bitcoin nos EUA, a BlackRock quer replicar o sucesso em território europeu e, para isso, lançou esta terça-feira um fundo cotado em bolsa com exposição ao preço da maior criptomoeda do mundo na região.

É a primeira vez que a maior gestora de ativos do mundo se aventura a lançar um ETF com ligação a criptomoedas fora dos EUA. O "iShares Bitcoin ETP", como é denominado, está cotado na bolsa de Paris, Amesterdão e Frankfurt – as primeiras duas parte do grupo Euronext, que também gere a bolsa de Lisboa.

"Isto reflete o que pode ser visto como um ponto de viragem para a indústria: a combinação de uma procura estabelecida por parte dos investidores de retalho com a entrada de mais profissionais no mercado", explicou Manuela Sperandeo, responsável pelos produtos iShares Europa e Médio Oriente da BlackRock, numa entrevista citada pela Bloomberg.

O ETF entra no mercado com taxa de encargos correntes (total expense ratio, TER) de 0,15%, que inclui um desconto de 10 pontos base presente até ao final do ano. Com este valor, o fundo cotado em bolsa da BlackRock torna-se um dos mais baratos do mercado e compara com o ETF da CoinShares – o maior da Europa -, que tem um TER de 0,25%.

Em janeiro do ano passado, quando a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla inglesa) aprovou os primeiros ETF com exposição à bitcoin, a BlackRock foi uma das primeiras gestoras de ativos a lançar um destes produtos no país. O fundo rapidamente conseguiu atrair milhares de milhões de dólares, tornando-se o maior lançamento de um fundo cotado em bolsa de sempre.

Apesar de vários ETF com exposição direta a criptomoedas estarem presentes nas bolsas europeias há já vários anos, a capitalização deste mercado na Europa, de cerca de 13,6 mil milhões de dólares, é muito reduzida quando comparada com aquela que se observa no mercado norte-americano.