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Binance misturou ativos próprios com dinheiro dos clientes numa só conta bancária
A investigação da Reuters - que teve por base os extratos bancários da maior plataforma cripto do mundo - descobriu que chegaram a ser misturados 15 milhões de dólares de clientes e 20 milhões da própria tesouraria. A prática decorreu entre 2020 e 2021.
A Binance misturou, alegadamente, ativos próprios com ativos de clientes, violando o direito societário norte-americano, avança a Reuters.
A investigação da agência noticiosa refere que, alegadamente, a maior plataforma cripto do mundo chegou a misturar 15 milhões de dólares de clientes e 20 milhões da própria tesouraria. Esta prática terá sido realizada entre 2020 e 2021, de acordo com os extratos bancários consultados pela Reuters.
Por um lado, a "holding" sediada nas Ilhas Caimão, a Binance Holdings, passava as receitas da companhia para uma conta da Binance na Califórnia, EUA, sediada no colapsado Silvergate.
Por outro, a Key Vision Development – uma empresa controlada diretamente pelo CEO da Binance, Changpeng Zhao, - enviava os fundos dos clientes para mesma conta bancária.
Depois, através de outra sociedade também ela detida nas ilhas Caimão, era usada outra conta, onde a empresa convertia o dinheiro fiduciário na própria criptomoeda binance USD.
Até ao momento, a Binance não constituiu uma sede a nível global oficial.
Além dos EUA, também na Europa existem regras que impedem um "cocktail" de ativos próprios e de clientes, tendo sido estas normas replicadas no novo pacote de regulação cripto, aprovado pelo Parlamento Europeu em abril, e que deverá entrar em vigor em 2024.
Esta prática não é nova no setor cripto. Entre os vários problemas levantados pela nova administração da colapsada FTX está a mistura de ativos próprios com outros de clientes, que chegaram a ser utilizados para investimentos especulativos e para alegados desvios de fundos.