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Acionistas brasileiros da Criptoloja criticam "reservas" da banca portuguesa

A 2TM, acionista maioritária da portuguesa Criptoloja, avança que pretende atuar "de forma construtiva" para superar restrições "genéricas e sem critérios", de forma a acelerar o desenvolvimento do ecossistema cripto em Portugal.

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O grupo brasileiro 2TM, dono da maior bolsa de criptomoedas da América Latina, a Mercado Bitcoin, e investidor em Portugal critica os bancos portugueses que estão a encerrar contas às plataformas cripto registadas pelo Banco de Portugal, considerando que a situação atira o setor para a clandestinidade.

"Esta situação demonstra a clara posição de força dos bancos portugueses, que atuam sem ter em conta o regulador, criando reservas de mercado, e, indiretamente, incentivos justamente aos operadores 'piratas', que seguirão atendendo clientes locais, sem presença local, e sem observância às regras do Banco de Portugal", diz Daniel Carneiro da Cunha, vice-presidente executivo e responsável pela expansão internacional do grupo, em comunicado.

A 2TM é acionista maioritário da portuguesa Criptoloja, a primeira corretora de criptomoedas autorizada pelo Banco de Portugal e uma das empresas que foi alvo do encerramento unilateral das suas contas bancárias. A justificação de vários bancos para o fazerem prende-se com “questões relacionadas com a gestão de risco”, sendo que o supervisor liderado por Mário Centeno garante que está a acompanhar o assunto, mas defende a autonomia das instituições financeiras.

Daniel Carneiro da Cunha revela-se frustrado com os desenvolvimentos no ecossistema financeiro português e diz que, na qualidade de investidores em Portugal, os responsáveis da 2TM consideram "extremamente dececionante" o que está a acontecer no país. Aliás, diz mesmo que a aposta em Portugal tem estado relacionada com o facto de ser um país "cripto-friendly", onde o regulador foi pioneiro em estabelecer regras e regulação clara e robusta.

"Em 2018, como 'player' de mercado, tivemos uma experiência semelhante no Brasil, com os bancos brasileiros a fecharem as contas da empresa e até dos sócios. No entanto, parece-nos paradoxal ver isso ocorrer em 2022. De lá pra cá, demonstrámos o benefício para o sistema financeiro nacional do desenvolvimento de uma abordagem proativa e positiva, a partir de nossa atuação pró-regulação, em conformidade com melhores práticas de 'compliance', e atuamos em colaboração com as instituições financeiras neste cenário", relata o responsável.

Tal como fez no Brasil, a 2TM avança que pretende atuar "de forma construtiva" para superar restrições "genéricas e sem critérios", de forma a acelerar o desenvolvimento do ecossistema cripto em Portugal. "Vamos estabelecer um diálogo construtivo, envolvendo reguladores, instituições financeiras e outros atores do ecossistema. E agiremos também onde houver claro abuso de poder económico em detrimento das empresas que atuam, como nós através da Criptoloja, de forma licenciada e em respeito estrito à regulamentação local. Não podemos aceitar o que é uma ação agressiva, e, francamente, desrespeitosa ao contexto institucional do país", acrescenta.

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