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Portugueses amortizaram mais do que pediram de financiamento para comprar casa
O montante de novo crédito concedido para se comprar casa cresceu 36,9%, em 2016, mantendo assim a tendência de crescimento. Ainda assim, apesar do maior dinamismo na concessão de crédito, os portugueses amortizaram mais do que se endividaram.
No ano passado, foram celebrados 57.912 novos contratos de crédito à habitação, "num total de 5,5 mil milhões de euros", revelou esta quinta-feira, 3 de Agosto, o Banco de Portugal através do relatório de acompanhamento dos mercados bancários de retalho. Este montante concedido representa um aumento de 39,6% face ao ano anterior.
Apesar do mercado de crédito estar a dar mostras de dinamismo, os portugueses têm aproveitado para reduzirem as suas dívidas perante a banca. Em parte beneficiam das baixas taxas de juro, mas não só. É que o valor global de crédito à habitação diminuiu em mais de dois mil milhões de euros, o que significa que houve mais amortizações do que novos empréstimos.
O Banco de Portugal adianta ainda que "em 2016, foram realizados reembolsos antecipados em contratos de crédito à habitação no montante de 3,2 mil milhões de euros, mais 45,4% do que no ano anterior."
No relatório é possível ainda verificar que houve um aumento do montante médio contratado nas novas operações e que os portugueses continuam a ter os seus empréstimos indexados a uma taxa variável. Ainda que, nos novos contratos, a Euribor a 12 meses tenha sido "o indexante mais utilizado, ultrapassando, assim, a Euribor a 6 meses".
Tal como tem sido noticiado, os "spreads" têm vindo a descer, uma realidade que está esplanada no comunicado do Banco de Portugal, tendo o spread médio sido de 1,98% no ano passado.
"As renegociações no crédito à habitação cresceram 6,9%. Ao longo do ano, foram efectuadas 31 mil renegociações, respeitantes a cerca de 28 mil contratos; 11% dos contratos renegociados estavam em incumprimento", acrescenta a mesma fonte.