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Mais de metade do crédito ao consumo já é dado por financeiras

O crédito ao consumo voltou a crescer, em 2016. Em média, foram emprestados quase 500 milhões de euros por mês, de acordo com o Banco de Portugal.

Bloomberg
03 de Agosto de 2017 às 13:41
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Mais de metade do crédito ao consumo concedido no ano passado foi da responsabilidade das instituições especializadas, sendo que os bancos viram a sua expressão diminuir neste segmento, revela o Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho de 2016, publicado pelo Banco de Portugal esta quinta-feira, 3 de Agosto.


No ano passado, foram concedidos, em média, 497,4 milhões de euros por mês, o que correspondeu a um aumento de 17,5%  face a 2015. E foram celebrados, em média, 119.537 novos contratos por mês, mais 6,5% do que um ano antes. Cada contrato tinha um valor médio de 4.200 euros, mais do que os 3.800 euros de 2015.


"O aumento do montante de crédito concedido foi transversal aos três segmentos de crédito aos consumidores", refere o relatório que sublinha que "à semelhança do que aconteceu nos dois anos anteriores, em 2016 continuou a destacar-se o aumento verificado no crédito automóvel (27,1%), seguido do crédito pessoal (16,1%)". Já o crédito revolving foi o que apresentou um crescimento do montante concedido menos significativo (3,6%).


A grande novidade é que mais de metade, ou 52,7%, do crédito foi concedido por instituições com actividade especializada, as financeiras, quando em 2015 havia "uma distribuição equitativa" entre estas e os bancos e, em 2014, estas instituições representavam menos de metade do montante de crédito concedido (45,8%).


O Banco de Portugal explica que este aumento resulta da evolução registada nos segmentos de crédito pessoal e de crédito "revolving" e reflecte também o aumento da importância do crédito automóvel no total do crédito aos consumidores, "já que, neste segmento, a maioria do montante é concedido por instituições com actividade especializada".


Contudo, no crédito pessoal, a maioria do montante de crédito (71,8%) continuou a ser concedido por bancos, ainda que se tenha assistido a um aumento da importância das instituições com actividade especializada (mais 1,9 pontos percentuais do que em 2015).


O regulador revela ainda que, em todos os segmentos e em todos os trimestres de 2016, a TAEG média praticada pelas financeiras foi superior à TAEG média praticada pelos bancos. No crédito pessoal e no crédito "revolving", as diferenças variaram entre 1,3 e 2 pontos percentuais e é no crédito automóvel que as diferenças são mais significativas (2 a 3 pontos percentuais acima).


"Esta discrepância poderá estar relacionada com o facto de a maioria do crédito concedido por estas instituições se destinar à aquisição de veículos usados, contratos que têm, tendencialmente, valores de TAEG mais elevados do que os seus congéneres destinados à aquisição de veículos novos", explica o relatório.


No que diz respeito ao canal de comercialização do crédito, no ano passado, mais de metade, ou 59,4% do montante emprestado, foi concedido através de contratação directamente na instituição de crédito. Uma expressão que, contudo, diminuiu face aos 63,7% e 60,6% relativos a 2014 e 2015, respectivamente.


Os restantes 40,6% emprestados no ano passado foram contratados no estabelecimento comercial (ponto de venda) em que é efectuada a compra do bem., mais do que os 39,4% de 2015 e 36,3% de 2014.


"Esta evolução está associada ao aumento da importância das instituições com actividade especializada, que recorrem mais frequentemente à contratação através do ponto de venda e, em termos de segmentos, resulta não só do aumento da importância da contratação através do ponto de venda no crédito pessoal e no crédito ‘revolving’, mas também do aumento do peso do crédito automóvel no total do crédito aos consumidores", frisa o Banco de Portugal.

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