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Juros da casa sobem pelo nono mês consecutivo e seguem em máximos de 2012

A taxa de juro implícita nos contratos de crédito à habitação subiu mais de 30 pontos base em termos mensais em dezembro e fixa-se agora em 1,898%, o valor mais elevado desde setembro de 2012.

Os prazos longos nos contratos de crédito à habitação são uma das preocupações do Banco de Portugal, que quer encurtar as maturidades.
João Cortesão
19 de Janeiro de 2023 às 11:06
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A taxa de juro implícita dos contratos de crédito à habitação não dá sinais de abrandamento e dezembro não foi exceção, mostram os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Ao nono mês de aumentos, a taxa de juro implícita foi 1,898% em dezembro, uma subida de 30,1 pontos face a novembro, em linha com a escalada que a Euribor tem registado. Este valor é o mais elevado desde setembro de 2012.

O incremento das taxas de juro em termos de variação mensal tem quebrado recordes desde agosto de 2022, sendo que este aumento superior a 30 pontos base é o maior desde o início da série do INE, em janeiro de 2009.

Particularmente nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro escalou de 2,365% em novembro para 2,715% em dezembro. Já o valor médio da prestação ascendeu aos 536 euros, com uma subida de 29 euros face novembro de 2022.

No último mês de 2022, o capital em dívida aumentou 241 euros para 62.004 euros, sendo que a prestação média subiu 11 euros face a novembro e 46 euros quando comparado com dezembro de 2021, situando-se em 299 euros.

No acumulado de 2022, a taxa de juro média para o total do crédito à habitação foi de 1,084%, um valor superior em 24,2 pontos base ao verificado em 2021. O capital médio em dívida aumentou 3.833 euros, para 60.142 euros e a prestação média mensal registou um incremento de 12,9% ou 31 euros para 268 euros.

Com vista ao financiamento para aquisição de habitação - que tem o maior peso no crédito à habitação, - a taxa de juro implícita para o total dos contratos foi de 1,903% em dezembro, subindo 29,7 pontos base face a novembro. Nos contratos realizados nos últimos três meses os juros aumentaram 35 pontos base face ao penúltimo mês de 2022, fixando-se em 2,722%.

Prestação da casa mantém-se em máximos de 2009

Também a prestação da casa paga pelas famílias aos bancos registou um incremento de 11 euros para 299 euros - o valor mais elevado desde abril de 2009, quase 14 anos. Deste valor, 99 euros (33%) correspondem ao pagamento de juros e os restantes 200 euros (67%) a capital amortizado.

Face a dezembro de 2021, a componente de juros representava apenas 16% do valor médio da prestação, 253 euros. Especificamente nos contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação subiu 29 euros para 536 euros.

O capital médio em dívida em dezembro também aumentou 241 euros face a novembro, fixando-se em 62.004 euros. No caso dos contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio em dívida subiu 1.038 para 130.202 euros no último mês de 2022.

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