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Famílias depositam mais 500 milhões em outubro, mas queda homóloga mantém-se

O montante dos depósitos dos particulares junto da banca registou uma queda de 3,7% face ao mesmo período do ano passado. A tendência de substituição de depósitos à ordem por depósitos a prazo manteve-se, tendo os depósitos com prazo acordado registado a maior taxa de crescimento desde 2012.

O Banco Central Europeu indica que tem havida uma “forte” transmissão da subida das taxas de juro de referência para a economia, por via do crédito.
Thierry Roge/Reuters
28 de Novembro de 2023 às 11:16
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Os depósitos das famílias junto da banca voltaram a cair em outubro face ao mesmo período do ano anterior, mas subiram face a setembro.

Em outubro, o "stock" de depósitos registou uma queda de 3,7% em termos homólogos. Já face a setembro, este valor aumentou 500 milhões de euros para um total de 175,2 mil milhões de euros, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

A tendência de substituição de depósitos à ordem por depósitos a prazo manteve-se, tendo os depósitos à ordem registado uma queda de 2,4 mil milhões de euros, enquanto os depósitos a prazo (que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso) aumentaram 2,9 mil milhões de euros.

Aliás, os depósitos com prazo acordado registaram uma taxa de crescimento de 6,6%, em comparação com o mesmo mês do ano passado, a mais elevada desde julho de 2012.

Já o "stock" de depósitos das empresas somou 800 milhões de euros, em outubro, para um montante total de 65,3 mil milhões de euros, o que representa um crescimento anual de 0,5%, valor idêntico ao registado em setembro.


No campo do crédito, os empréstimos a particulares caíram em termos anuais pela segunda vez consecutiva.

No que diz respeito aos empréstimos, o crédito concedido às famílias caiu pelo segundo mês consecutivo, em concreto com uma queda de 0,4%, em termos anuais.

Numa análise por tipologias de crédito durante este período, montante total de empréstimos para habitação recuou 200 milhões de euros para 99 mil milhões, tendo registado uma queda de 1%, em termos homólogos.

O banco central explica que "este decréscimo reflete, por um lado, o aumento das amortizações antecipadas e, por outro, o abrandamento na procura de crédito à habitação".


Por sua vez, empréstimos ao consumo atingiram 21,1 mil milhões de euros, mais 0,1 mil milhões do que em setembro. Estes empréstimos aumentaram 3,5% em relação a outubro do ano passado.

Durante este período, o rácio de empréstimos sobre depósitos de particulares foi de 73%, ou seja, por cada 100 euros de depósitos de particulares, os bancos concederam 73 euros de empréstimos a este grupo de clientes.

Este indicador atingiu o seu valor mínimo em julho de 2022 (70%), e tem-se mantido abaixo dos 100% desde junho de 2013.

Portugal fica assim abaixo da média da Zona Euro, sendo que apenas quatro países — Finlândia, Eslováquia, Países Baixos e Estónia — tinham este rácio acima dos 100%.




Já o montante concedido pelos bancos às empresas cedeu 800 milhões de euros para 72,5 mil milhões. Relativamente a outubro de 2022, o montante destes empréstimos decresceu 3,3% , apresentando uma taxa de variação anual negativa pelo décimo mês consecutivo.

Por dimensão das empresas, as microempresas continuaram a registar uma taxa de variação anual positiva (2,3%), enquanto as restantes tipologias (pequenas, médias e grandes empresas) apresentaram taxas negativas, mais acentuadas nas médias e nas grandes empresas (-6,7% e -7,2%, respetivamente).

Por setor de atividade, a taxa de variação anual reduziu-se relativamente ao mês anterior na generalidade dos setores.

O setor da construção e atividades imobiliárias apresentou uma taxa de variação anual positiva de 0,3%, por contraposição aos setores do comércio, transportes e alojamento, as indústrias e eletricidade, que registaram taxas de variação anual negativas.



(Notícia atualizada às 11:38 horas).

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