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Bancos antecipam que as famílias vão aumentar procura por crédito
A maior parte dos bancos nacionais estima um aumento da procura por crédito por parte das famílias, tanto para a compra de casa como para o consumo.
O Banco de Portugal publicou o inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito relativo ao terceiro trimestre. E a maioria das instituições financeiras prevê um aumento da procura por financiamento por parte dos particulares. E este aumento da procura deverá ocorrer tanto nos empréstimos para a compra de casa como no crédito ao consumo.
"No segmento dos particulares, pelo contrário, três dos cinco bancos inquiridos antevêem, para os últimos três meses do ano, um ligeiro aumento da procura de empréstimos em ambos os segmentos de crédito, enquanto os restantes esperam que a mesma permaneça praticamente inalterada", refere o inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito divulgado pelo Banco de Portugal esta terça-feira.
Ainda relativamente à procura por financiamento das famílias, no trimestre que passou a maioria das instituições reportou níveis de procura relativamente estáveis. Mesmo assim, dois bancos registaram um ligeiro aumento da procura no segmento do crédito à habitação e uma instituição assinalou uma evolução semelhante no segmento do crédito ao consumo e outros fins.
No que toca ao crédito a empresas, a maior parte dos bancos considerou que a procura ficou praticamente inalterada no terceiro trimestre. Mas um dos bancos reportou uma ligeira diminuição da procura, tendo outra instituição registado um ligeiro aumento. "Para o quarto trimestre de 2017, a maioria das instituições participantes não antecipa alterações na procura de empréstimos por parte de empresas", frisa o inquérito.
Quanto à oferta de financiamento, no segmento das famílias, todos os bancos revelaram que mantiveram os critérios de concessão de empréstimos para compra de casa praticamente inalterados. Já no crédito para consumo e outros fins, quatro instituições assinalaram o mesmo, enquanto uma reportou critérios ligeiramente menos restritivos.
"Não obstante a relativa estabilidade dos critérios aplicados, uma instituição reportou que a pressão exercida pela concorrência contribuiu para a adopção de critérios de concessão de crédito ligeiramente menos restritivos em ambos os segmentos de crédito", frisa o inquérito do Banco de Portugal.
Além disso, todas as instituições indicaram que mantiveram os termos e condições aplicáveis a novos empréstimos para aquisição de habitação, enquanto no segmento consumo e outros fins duas instituições assinalaram uma ligeira diminuição dos "spreads" aplicados a empréstimos de risco médio, devido às pressões da concorrência.
Já relativamente a empresas, no terceiro trimestre, os critérios de concessão de empréstimos ou linhas de crédito permaneceram, de um modo geral, inalterados face aos aplicados no trimestre anterior. Contudo, uma instituição indicou a adopção de critérios ligeiramente menos restritivos, designadamente na concessão de crédito ao segmento das pequenas e médias empresas (PME) e em empréstimos de curto prazo.
"No que respeita aos termos e condições aplicados nos empréstimos a empresas, a maioria das instituições não assinalou alterações de relevo. Não obstante, uma instituição reportou uma ligeira diminuição dos ‘spreads’ aplicados em empréstimos de risco médio, designadamente no segmento das PME, tendo outra instituição indicado um ligeiro aumento, tanto no segmento das PME como no segmento das grandes empresas", frisa o inquérito.
A mesma instituição reportou também para os dois segmentos um ligeiro agravamento das comissões e outros encargos não relacionados com taxas de juro.