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Goldman Sachs prevê queda do euro até 80 cêntimos
A estimativa do banco norte-americano é a mais pessimista até ao momento. O valor da moeda única tem caído nos mercados pressionado pelo programa de compras do BCE, mas também pela especulação de que a Reserva Federal norte-americana aumente as taxas de juro no curto prazo.
A queda da moeda única parece ser imparável. Mas qual o limite para esta descida? 80 cêntimos de dólar, diz o Goldman Sachs.
Mas esta queda será faseada nos próximos dois anos, na estimativa citada pela Reuters. Daqui a um ano, a moeda única deverá cair abaixo de um dólar (95 cêntimos). Até final de 2016, a moeda única afunda para os 85 cêntimos de dólar. E até final de 2017, o euro poderá tombar para os 80 cêntimos de dólar.
Esta é a previsão mais pessimista até ao momento. Vários bancos internacionais reviram em baixa as suas previsões para o euro nos últimos dias. A anterior previsão mais baixa é a do Deutsche Bank que previa uma queda para os 85 cêntimos de dólar.
A moeda única já caiu mais de 18% nos últimos seis meses e recuou mais de 13% desde o início do ano. A tendência negativa tem sido influenciada pela decisão do Banco Central Europeu (BCE) de começar a fazer compras de dívida pública com o objectivo de combater a baixa inflação.
Mas, paralelamente, o desempenho do euro está a ser pressionado pela valorização do dólar, num momento em que cresce a especulação no outro lado do Atlântico de que a Reserva Federal norte-americana vai aumentar a sua taxa de juro no curto prazo.
Foi na quinta-feira que a moeda única alcançou um mínimo de 12 anos quando tocou nos 1,0495 dólares. Esta sexta-feira, o euro está a recuar 1,02% para 1,0526 dólares.
Fim antecipado das compras do BCE?
A queda do euro poderá provocar a subida da inflação para um nível acima da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE). Nas suas estimativas mais recentes, os economistas da autoridade monetária apontam, que até 2017, a inflação deverá subir dos actuais -0,3% para 1,8%.
Mas as mesmas previsões, no pior cenário, apontam que um euro mais fraco, a ajudar as exportações europeias, poderá impulsionar a inflação para um valor acima da meta de 2%.
Mas, como aponta o Financial Times, a queda do euro poderá levar os falcões do BCE, que defendem uma política monetária conservadora, a pedir o fim do programa de compras que teve início esta semana.
Em quatro dias, a autoridade monetária foi aos mercados comprar 10 mil milhões de euros de obrigações soberanas de Portugal, Alemanha, Bélgica, Itália e Espanha, atirando as respectivas taxas de juro para mínimos históricos.
A expansão quantitativa prevê a compra de 60 mil milhões de euros por mês, de principalmente de dívida pública, até Setembro de 2016.