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Goldman Sachs aposta no euro em 0,95 dólares

Após as medidas do BCE em Dezembro terem ficado aquém do esperado, o Goldman Sachs reviu em alta as suas previsões para o euro. Agora, com a indicação de que mais estímulos estarão para vir, antecipa um dólar mais forte. E não é o único grande banco a fazê-lo.

Bloomberg
22 de Janeiro de 2016 às 11:48
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"Desilusão" foi a palavra de ordem, após o pacote de estímulos apresentado por Mario Draghi em Dezembro. Os especialistas esperavam mais medidas vindas de Frankfurt, pelo que foram obrigados a rever as suas estimativas. O Goldman Sachs foi um exemplo disso mesmo, subindo a previsão de que o euro chegaria aos 0,95 dólares para a paridade. Contudo, na quinta-feira, o "Super Mario" deu outra vez a volta ao jogo.

O presidente do Banco Central Europeu surpreendeu ao assinalar que mais estímulos à economia poderão ser anunciados na reunião de Março. Poucos esperavam que a instituição monetária, pela voz de Mario Draghi, admitisse tão depressa a falha de Dezembro. Aconteceu e, por isso, o Goldman Sachs voltou a rever as suas estimativas.

O "gigante" da banca mundial temia que as decisões da última reunião de 2015 fossem um sinal de que "a capacidade de Mario Draghi de fazer avançar a flexibilização necessária teria sido reduzida". Mas a conferência de imprensa de quinta-feira, 21 de Janeiro, "aliviou as nossas preocupações a esse respeito", escreveu a equipa de estratégia cambial do Goldman Sachs, numa nota de análise. Por isso, acrescentam, "estamos a reverter para a nossa previsão de longa data de [o euro atingir os] 0,95 dólares dentro de um ano".

De facto o euro reagiu imediatamente em baixa às declarações de Mario Draghi. A moeda única, quase inalterada antes das declarações de Draghi, chegou a afundar 1,03%. Actualmente, o euro recua 0,33% para 1,0839 dólares. "Por mais dolorosa que a desilusão de Dezembro tenha sido para nós e para muitos outros, é importante relembrar este contexto subjacente", diz o Goldman Sachs, explicando que "haverá mais flexibilização e por mais tempo do que o mercado espera".

"Esta é a razão pela qual acreditamos que a tendência de queda do euro face ao dólar irá continuar e será grande", apontam os especialistas. E é por isso que a actual estimativa do Goldman Sachs é de que, dentro de seis meses, o euro atingirá a paridade face ao dólar, sendo que nos seis meses seguintes deverá então cair para 0,95 dólares. Só no período até à reunião de Março, o banco norte-americano estima uma desvalorização de entre três e quatro cêntimos. Já para o final de 2017, a previsão mantém-se inalterada em 0,90 dólares.

Barclays e Bank of America também apostam no dólar

Apesar de ter acabado de rever as suas estimativas, o Goldman Sachs não é o único grande banco a prever um dólar mais forte. Várias instituições têm estas previsões, como é o caso do Barclays. O banco britânico prevê que o dólar atinja os 0,95 dólares no final de 2016, a mesma estimativa que é apresentada pelo Bank of America. Já o Royal Bank of Scotland aponta que a moeda única cairá para 0,96 dólares.

Além destes bancos de investimento, muitos outros antecipam a paridade no final deste ano. É o caso do Credit Suisse, Société Générale, BNP Paribas e Morgan Stanley. E este último, se alargado o período de análise, entra também no grupo de instituições que aposta no dólar mais forte. Isto porque a sua previsão para o final de 2017 é de que o euro irá desvalorizar até 0,96 dólares. 

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