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Franco cede mais de 1% após banco nacional suíço cortar juros

O franco caiu mais de 1% face ao euro, depois da decisão inesperada do SNB. Os analistas acreditam que se tratou sobretudo de uma estratégia de antecipação face à Fed e ao BCE, que só devem começar a cortar os juros em meados do ano.

21 de Março de 2024 às 12:00
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O franco suíço chegou a cair mais de 1% contra o euro, depois de inesperadamente o Banco Nacional da Suíça (SNB) ter decidido cortar os juros diretores, antecipando-se assim à Reserva Federal (Fed) norte-americana, Banco Central Europeu (BCE) e outras autoridades monetárias que têm sob a sua alçada mais oito moedas – além do euro e do dólar – que são das mais negociadas do mercado.

O franco caiu assim para mínimos de julho do ano passado, tendo entretanto aliviado para uma queda de 0,58% para 1,0264 euros. Atualmente a dívisa suíça regista um dos piores desempenhos entre as 10 principais moedas do mercado cambial - que inclui (além do franco), o dólar australiano, canadiano, norte-americano e da Nova Zelândia, as coroas suecas e norueguesas, o iene, o euro e a libra britânica - de acordo com a Bloomberg.

Este movimento de valorização em 2024 sucede a outro completamente inverso de escalada, que em dezembro impulsionou o franco suíço para máximos de 20215, tendo levado o SNB a reconhecer que poderia ter de intervir no mercado cambial, para desvalorizar a divisa. 


A moeda foi sobretudo pressionada pela decisão do banco central de cortar a taxa de referência em 25 pontos base para 1,5%. Além de mexer nos juros, a instituição publicou as suas projeções económicas, em que antecipa que a inflação fique mesmo abaixo dos 2% (1,5%) até 2026.

"A flexibilização da nossa política monetária só foi possível, porque a nossa luta contra a inflação, ao longo dos últimos dois anos e meio tem sido eficaz", justificou o presidente do SNB, Thomas Jordan, citado pela Bloomberg.

A Bloomberg Intelligence acredita que esta decisão tomada pelo banco central - de "agir mais rapidamente do que a maioria do mercado previa" - consistiu numa estratégia de antecipação face à Fed e ao BCE, já que a autoridade monetária só se volta a reunir em junho – altura em que o mercado espera que arranquem os cortes de juros na Zona Euro e nos EUA, sendo que neste último caso há mesmo quem aponte para maio.

No entanto, este corte pode não ser o pontapé de saída de um cíclo de alívio dos juros diretores. "O SNB utilizou uma margem de manobra para apoiar o desenvolvimento económico, ao cortar a taxa de referência", começa por reconhecer o economista do banco Raiffeisen Alexander Koch, porém "o nível moderado de taxas de juro e a robustez de economia significam que não se deve esperar nenhuma flexibilização suficiente agressiva da política monetária", adverte o economista.

(Notícia atualizada às 12:50 horas). 

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