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Euro em queda livre já perde 7% desde eleições

O euro continua a perder terreno face ao dólar, tendo já fixado um novo mínimo desde Dezembro do ano passado.

Bloomberg
23 de Novembro de 2016 às 16:33
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Na noite das eleições nos Estados Unidos, quando eram contados os votos e a vitória de Donald Trump parecia certa, o dólar afundou face às principais divisas. O euro chegou a transaccionar a 1,13 dólares, um máximo desde Setembro.

 

Mas a tendência de perda de valor da nota verde durou apenas um par de horas. E inverteu-se de forma acentuada nos dias seguintes. Esta terça-feira, 10 sessões depois, o euro está já muito próximo de quebrar em baixa a barreira dos 1,05 dólares.

 

A moeda europeia está a recuar 0,78% para 1,0544 dólares e já esteve a transaccionar nos 1,0526 dólares, a cotação mais baixa desde Dezembro do ano passado. Falta muito pouco para o mínimo ser ainda mais prolongado. Se negociar abaixo de 1,0524 dólares fixará o valor mais baixo desde Abril de 2015 e se negociar abaixo de 1,0521 dólares atingirá um mínimo desde Março de 2015.   

 

Face à cotação máxima fixado na noite das eleições (1,13 dólares), o euro acumula já uma queda de perto de 7%. No conjunto das 13 últimas sessões, a moeda europeia apenas por uma vez encerrou em terreno positivo.

 

Uma tendência que é justificada mais pela força da moeda norte-americana do que pela fraqueza da divisa europeia. Esta quarta-feira o dólar está a ganhar terreno contra todas as 16 principais divisas mundiais.

 

A nota verde reforçou a tendência de alta depois de ter sido divulgado que as encomendas de bens duradouros subiram 4,8% em Outubro, superando as expectativas dos economistas. Um dado que vem reforçar as expectativas de subida das taxas de juro nos Estados Unidos.

 

O agravamento da taxa de referência em Dezembro é já dado como certo, sendo que o mercado centra agora atenções sobre quando será efectuado o próximo aumento, sendo que estão a crescer as probabilidades de o segundo agravamento acontecer em Junho.

 

Esta noite os investidores poderão receber mais pistas sobre o assunto, já que a Fed vai divulgar as minutas da reunião deste mês.   

 

O dólar e os mercados accionistas norte-americano e de outras economias desenvolvidas são os grandes vencedores da mudança na Casa Branca para os Republicanos. Os investidores acreditam que o plano de Trump vai impulsionar a inflação e o crescimento económico, sobretudo nos Estados Unidos, o que vai resultar numa subida mais rápida que o esperado nos juros da Fed.

 

Os investidores estão a reforçar a carteira com o dólar e acções, fugindo do mercado de obrigações, sobretudo nos EUA. A "yield" dos títulos a 10 anos sobe 4 pontos base para 2,35%, sendo que nos títulos da Alemanha com a mesma maturidade o agravamento é da mesma dimensão, devido à especulação o BCE vai reforçar o empréstimo de obrigações aos bancos.

 

Esta tendência de queda do euro face ao dólar levou já muitos analistas a antecipar que a paridade entre as duas moedas poderá estar para breve, sobretudo se a Fed confirmar que vai ser mais agressiva na subida dos juros. Até porque o BCE deverá continuar a política monetária fortemente acomodatícia na Zona Euro.

Euro atingiu um novo mínimo desde Dezembro e cai quase 7% desde as eleições:


 

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