Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Bolsas europeias atingem máximos de seis anos e euro recua para mínimo de quatro meses

A decisão era a mais esperada pelos economistas, mas os mercados estão a reagir em alta ao anúncio histórico do Banco Central Europeu de colocar a taxa de juro dos depósitos em valores negativos. A contribuir está também o anúncio de empréstimos de longo prazo aos bancos e compra de activos.

Bloomberg
05 de Junho de 2014 às 13:07
  • 7
  • ...

As bolsas europeias reagiram em alta e o euro em queda ao anúncio de política monetária do Banco Central Europeu, que acabou por agir tal como esperavam os analistas, ao baixar a taxa dos depósitos para valores negativos (-0,1%) e a taxa de juro de referência de 0,25% para 0,15%.

 

As bolsas europeias, que já negociavam em terreno positivo, acentuaram a tendência de ganhos. Já o euro, que transaccionava em alta, passou para tereno negativo e baixou da barreira dos 1,36 dólares.

 

No mercado de dívida a decisão do BCE também teve impacto, com os juros das obrigações soberanas dos periféricos a acentuarem a tendência de queda registada esta manhã. A "yield" das obrigações do tesouro a 10 anos recua agora 4 pontos base para 3,63%, sendo que nos prazos mais curtos as descidas são mais acentuadas. Em Espanha a "yield" dos títulos de dívida a 10 anos recua 5 pontos base para 2,83%. Na Grécia o juro das obrigações a 10 anos desce sete pontos base para 6,31%. Em sentido inverso, o juro das obrigações alemãs avança 5 pontos base para 1,48%.

 

O corte de 10 pontos base na taxa de juro de referência e da taxa dos depósitos era o movimento que os economistas mais tinham antecipado, depois de no passado Mario Draghi ter sinalizado que o BCE iria agir para combater os riscos de deflação na Zona Euro.

 

Na conferência que se seguiu ao anúncio da decisão, Mario Draghi anunciou mais medidas de política monetária, que acabaram por reforçar a tendência positiva das bolsas.  O BCE vai conduzir várias operações de empréstimos de longo prazo aos bancos da Zona Euro, com maturidades que chegam a quatro anos, e que estão condicionais à concessão de crédito à economia real.

 

DAX supera os 10.000 pontos. Euro perto de quebrar os 1,35 dólares

 

Nas bolsas europeias a maioria dos índices marca ganhos já acima de 1%, sendo que apenas a praça de Londres regista ganhos ligeiros. O sector financeiro é o que mais impulsiona os índices, apesar de a partir de agora terem que pagar ao BCE para depositar dinheiro na autoridade monetária.

 

Em Lisboa o PSI-20 avança 1,44% para 7.268,18 pontos, sendo que as restantes bolsas dos países periféricos são as que marcam maiores ganhos. O IBEX de Madrid sobe 1,22%, o índice de Atenas avança 2,03% e em Milão o índice ganha 1,68%.

 

O Stoxx 600, que agrupa as 600 maiores cotadas europeias, avança 1,1% para 347,39 pontos, atingindo um máximo de seis anos. O DAX ganha 0,64% para 9.989,95, sendo que já superou os 10 mil pontos, o que representa um máximo histórico para o índice alemão.  

 

No mercado cambial o euro reagiu de imediato em queda, com a moeda europeia a quebrar primeiro a barreira dos 1,36 dólares e depois a acentuar o movimento negativo. O euro recua agora 0,58% para 1,3520 dólares, tendo tocado num mínimo de quatro meses (6 de Fevereiro) nos 1,3515 dólares.

 

"Apesar da crise bancária, uma recessão severa e uma recuperação muito ténue, o euro tem permanecido forte. Mas a tendência de queda do euro está ai e desta vez é real", comentou à Bloomberg Jose Wynne, do Barclays.

 

Os responsáveis do BCE têm também demostrado preocupação com a cotação elevada do euro face ao dólar, pelo facto de penalizar as exportações.

 

(Notícia actualizada às 14h11 com mais informação e cotações actualizadas)

Ver comentários
Saber mais Banco Central Europeu taxa de juro juros bolsas euro dólar
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio