O Santander reviu em alta a recomendação da Altri de "underweight" (baixa exposição) para "manter”, bem como o preço-alvo, de 1,72 euros para 2,08 euros por acção.

O novo preço-alvo definido pelos analistas do Santander para a Altri, que sofreu um aumento de 21%, incorpora também a redução da taxa de juro associada às obrigações portuguesas, de 8,6% aquando do último “research” para 6,5%.

Na opinião dos analistas, a Altri está a trabalhar muito para optimizar a utilização das suas fábricas de papel e para reduzir os custos. Ainda assim, a elevada alavancagem da empresa aumenta o perfil de risco da Altri, liderada por Paulo Fernandes, que também detém a Cofina - dona de publicações como o Negócios.

A perspectiva dos analistas para 2014 é de que a empresa possa ter um pequeno desequilíbrio entre a oferta e a procura fruto do aumento da capacidade em 2,8%, que será apenas parcialmente absorvida, em 2,5%, pelo aumento da procura da pasta de papel.

O Santander estima que as acções tenham uma reacção positiva face a alguns catalisadores, como o aumento dos preços, a diminuição do custo das matérias-primas, em especial a madeira, o aumento do fluxo de caixa e a redução da dívida, a apreciação do dólar e a queda na taxa de juro implícita das obrigações portuguesas.

Contudo, os analistas alertam para alguns riscos no investimento na Altri, como uma possível queda nos preços da pasta de papel ou a depreciação do dólar, factores que poderão deteriorar as margens e os lucros.

Outro problema poderá ser a alavancagem da empresa, cujo rácio estimado para 2013 é de 3,4 vezes, algo que é considerado elevado pelos analistas numa mudança de ciclo. Ainda assim, o fluxo de caixa que poderá ser gerado nos próximos anos deverá ser suficiente para cobrir as necessidades da Altri. Caso o próximo ciclo venha a ser negativo, a empresa poderá ter problemas.

As acções da Altri fecharam esta terça-feira a subir 3,45% para os 1,889 euros. Uma cotação que implica um potencial de subida de 10,11% face à nova avaliação do Santander.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.