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Refinaria de Sines continua a penalizar resultados da Galp Energia

Os analistas comentam que a refinação continua a prejudicar as contas da petrolífera, antecipando um segundo trimestre com números negativos. A paralisação em Sines, que penalizou o PIB português no arranque do ano, voltou a pesar.

Paulo Duarte
14 de Julho de 2014 às 12:36
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Os resultados da Galp Energia continuam sob pressão devido à área de refinação, nomeadamente devido à paralisação da refinaria de Sines, que já a havia prejudicado no primeiro trimestre. Esta é uma conclusão retirada pelos analistas que cobrem a petrolífera portuguesa, depois de apresentados os resultados preliminares do segundo trimestre, que servem de barómetro para as contas que serão publicadas a 28 de Julho.

 

Na área de refinação e distribuição, a empresa sob liderança de Manuel Ferreira de Oliveira registou uma quebra homóloga de 22,5% do crude processado no segundo trimestre (17.309 mil barris de petróleo), acompanhado de descidas nas exportações (-21,5%) e nas vendas a clientes directos (-6,2%). Houve, pelo contrário, subidas na comparação com o primeiro trimestre de 2014 nesta área que envolve o processamento da matéria-prima e posterior distribuição de produtos refinados.

 

"Esta queda do crude processado numa base anual deve-se à manutenção da paralisação da refinaria de Sines que já tinha afectado os números do primeiro trimestre", comenta a casa de investimento do BCP numa nota publicada esta segunda-feira, referindo que a quebra foi mais intensa do que previa, já que esperavam um menor período de paralisação. O PIB português contraiu 0,6% no primeiro trimestre, num movimento que foi atribuído à descida das exportações, em que a paragem da refinaria de Sines teve um forte impacto.

 

O mês de paragem em Sines e a margem de refinação mais baixa (o que a petrolífera obtém com a compra do petróleo e depois a venda dos produtos refinados) são, segundo o Société Générale, os responsáveis pela redução dos números na refinação. Os lucros por acção devem, por isso, cair, "devido à elevada exposição da Galp" a esta área. De acordo com a unidade de investimento, o resultado líquido esperado para o período entre Abril e Junho numa base comparável é de 51 milhões de euros, uma descida de 45% face ao mesmo período do ano passado e um aumento de 11% em relação ao trimestre anterior.

 

Além do "fraco" resultado no segmento de refinação e distribuição, o BPI Equity Research acredita que a exploração e produção deverá ser igualmente negativa para as contas do segundo trimestre da Galp Energia. Neste caso, houve descidas em cadeia e ganhos homólogos.

 

Em termos positivos, o Société Générale destaca a área de gás e energia, nomeadamente a negociação ("trading") nestas actividades, que verificou um crescimento de 79,3% no segundo trimestre.

 

Esta segunda-feira, depois das descidas nas sessões anteriores e após a divulgação dos resultados preliminares, os títulos da Galp Energia seguem a somar 1,06% para negociarem nos 12,85 euros. O Millennium IB apresenta um preço-alvo de 15,60 euros para a empresa (comprar), o Société Générale um "target" de 12,70 ("manter") enquanto o BPI tem um preço-alvo de 16,80 euros ("comprar").

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

 

 

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