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Passagem de posição no BCP para fundo é "imaterial" mas traz sentimento positivo para EDP
A EDP transferiu a posição de 1,53% no BCP para financiar o fundo de pensões. A operação não tem impacto no banco mas carrega uma percepção "positiva" para a eléctrica. Já os custos com a tarifa social não trazem preocupação para a EDP, segundo o BPI Equity Research.
A EDP passou a posição de 1,56% no Banco Comercial Português (BCP) para o seu fundo de pensões. O impacto da operação é reduzido mas há um sentimento positivo por trás, segundo o BPI Equity Research.
Na habitual nota de comentário desta quarta-feira, 4 de Janeiro, a unidade de investimento do BPI refere que, para o BCP, a transferência é "neutral" e para a EDP "imaterial".
"Dito isto, consideramos que é positiva a percepção de a EDP já não ter no seu balanço uma participação num banco, mesmo que a posição seja residual em relação à dimensão da EDP", comenta o analista Jorge Guimarães, na nota a que o Negócios teve acesso.
A EDP, histórica accionista do banco liderado por Nuno Amado, tinha uma posição directa de 1,53% no BCP que adquiriu à EDP Imobiliária e Participações e que transferiu logo para o fundo de pensões, retirando-a do seu balanço. Com a operação, o fundo de pensões da eléctrica comandada por António Mexia, que já tinha uma posição no banco, passou a deter 2,11% do BCP.
"Nos primeiros nove meses, a EDP já tinha constituído uma imparidade de 31 milhões de euros para a participação no BCP. Assim a operação não deve ter nenhum impacto relevante nos resultados do quarto trimestre", continua Jorge Guimarães.
Tarifa social sem impacto
Na nota do BPI Equity Research, um outro aspecto é comentado: o custo com a tarifa social para a eléctrica presidida por António Mexia. O Público avança, com base em contas apresentadas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, que o custo para o grupo será de cerca de 74 milhões com o financiamento do desconto aplicado em tarifas para famílias com menos posses. A unidade de investimento do BPI não vê aí qualquer perigo.
"É neutral já que o valor está perfeitamente em linha com as expectativas. A nossa leitura aponta para um custo de 59 milhões de euros para a EDP mas a conclusão final é a mesma, estando completamente alinhada com as expectativas", repete.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.