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Morgan Stanley prevê ganhos de dois dígitos nas bolsas europeias e aposta na banca
O banco aponta para uma subida de 12% nos lucros das empresas europeias e uma alta dos juros das obrigações, factores que serão positivos para as bolsas.
2017 será um ano positivo para as acções europeias, que deverão beneficiar com o aumento dos lucros das empresas e com a continuação de uma política monetária e orçamental favorável aos mercados accionistas.
A expectativa é do Morgan Stanley, que aponta mesmo para ganhos de dois dígitos (acima de 10%) nos próximos 12 meses.
Esta previsão é sustentada em dois factores principais. O banco de investimento estima que que na frente macro-económica o tema da reflação (políticas monetárias e orçamentais para combater a deflação) continue a dominar, o que é positivo para os mercados accionistas.
O Morgan Stanley assinala que nesta conjuntura de recuperação da inflação e da actividade económica, a que se assiste desde o Verão, as "yields" das obrigações soberanas devem continuar em alta, avançando com uma estimativa de subida de um ponto percentual na taxa de juro das obrigações alemãs até ao terceiro trimestre de 2017.
O que dá sinais positivos para os mercados accionistas europeus, que nos últimos anos têm evoluído no mesmo sentido das "yields" das obrigações, assinala o Morgan Stanley. "Apesar de taxas de juro mais elevadas serem um factor desfavorável ao aumento dos múltiplos, na nossa opinião 2017 deverá ser o primeiro ano em cinco de crescimento nos lucros por acção", refere o "research" do banco, a que o Negócios teve acesso.
A estimativa de aumento dos lucros é o segundo factor que leva o Morgan Stanley a estar optimista para os mercados accionistas europeus. O banco aponta para um crescimento de 12% nos lucros por acção das cotadas do índice MSCI Europe no próximo anos, com este aumento a ser sustentado por uma forte recuperação na rentabilidade das matérias-primas e uma recuperação mais moderada nos lucros das companhias financeiras.
Aposta do sector financeiro
O banco reconhece que, como a rotação dos investidores das obrigações para as acções já está em marcha ao longo dos últimos meses, é pertinente questionar se o mercado accionista já não descontou estes factores favoráveis acima referidos.
O Morgan Stanley admite que tal já poderá ter-se verificado nas cotadas mais expostas ao ciclo económico, mas não nas obrigações e no sector financeiro. É por isso que o banco recomenda a aposta nas cotadas do sector financeiro, por oposição às cíclicas.
Para os bancos e seguradoras europeias o Morgan Stanley avança com uma recomendação de "overweight" (peso mais elevado na carteira). "Apesar de o sector ter recentemente apresentado uma prestação superior, não parece ‘sobrecomprado’ como as fabricantes de matérias-primas e as cíclicas", refere o "research".
"Por outro lado, os gráficos de longo prazo mostram que o sector [financeiro] continua deprimido em termos históricos", refere o Morgan Stanley, acrescentando que o sector beneficia com a "subida dos juros e uma pressão mais moderada dos reguladores".