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Corticeira Amorim “consolida posição de líder” com compra da Bourrassé
Os analistas avaliam com nota “positiva” a compra anunciada pela Corticeira Amorim. A aquisição da Bourrassé “consolida a posição de líder” da empresa portuguesa, dizem. O BPI admite que este ano possam ainda ser anunciados mais negócios.
A Corticeira Amorim anunciou a compra de 60% da Bourrassé por 29 milhões de euros, sendo que os restantes 40% serão comprados até 2022.
Esta operação é "positiva [para a Corticeira] mas com impacto limitado nas acções", considera o analista Nuno Estácio do Haitong, numa nota publicada esta quinta-feira, 20 de Julho.
"Pensamos que esta operação pode permitir algumas sinergias e um fortalecimento da posição da Corticeira Amorim como líder na produção e distribuição de rolhas de cortiça. Contudo, não prevemos que [este negócio] leve a uma grande criação de valor nesta altura."
O valor a que foi feita a aquisição "representa 3% do valor de mercado da Corticeira, mas é possível que o valor implícito seja mais elevado se a nova unidade tiver uma posição de dívida líquida", acrescenta o mesmo analista, que avalia a empresa portuguesa em 12,00 euros por acção.
"Em termos de vendas, a Bourrassé representa 8% das vendas da Corticeira Amorim previstas para 2017", adianta Nuno Estácio.
"Através desta aquisição a Corticeira Amorim consolida a sua posição de liderança no sector das rolhas de cortiça. Salientamos ainda que a Corticeira Amorim apresenta uma sólida situação financeira, o que permite alavancar o seu crescimento", realça o analista José Mora Freitas, do CaixaBI.
Já a equipa de analistas do BPI considera que este negócio é "estrategicamente, positivo, já que os principais activos industriais desta empresa estão baseados em Portugal e oferecem uma exposição relevante a mercados-chave como o francês, mas também de Itália, Espanha e América Latina".
O BPI diz que tem "falta de informação financeira" sobre a Bourrassé, mas tendo em consideração o que conseguiu apurar, "o potencial impacto na avaliação é positivo (de cerca 3-4%)".
Este banco de investimento diz ainda "não excluir mais aquisições ao longo de 2017", ainda que de menor dimensão do que o anunciado esta quarta-feira.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.