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Citi: BES está "orientado para a recuperação"

Os analistas do Citi emitiram uma nota de análise em que alteram as estimativas para o BES e concluem que o banco está posicionado para uma recuperação rápida, em virtude das melhorias no mercado interno e da actividade internacional.

Bruno Simão/Negócios
16 de Dezembro de 2013 às 16:09
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O Citi alterou as estimativas para o Banco Espírito Santo e reiterou o preço-alvo de 1,40 euros por acção, com a recomendação para os títulos a ser “comprar”.

 

O banco de investimento emitiu uma nota de análise para o banco liderado por Ricardo Salgado intitulada “Orientado para a Recuperação”, onde afirma que o “sólido” modelo de negócios vai permitir à cotada reverter a situação de prejuízos e aumentar o retorno dos capitais próprios para níveis próximos de 10%, nos próximos dois anos.

 

A estratégia de internacionalização do BES, recordam os analistas, passa por investir nos mercados que são os principais parceiros comerciais portugueses. Desta forma, a instituição fica particularmente "orientada para a recuperação", dado que esta terá impacto no mercado interno e das operações internacionais.

 

“Esta recuperação e formato em V é conduzida, na nossa perspectiva, pelo facto de o modelo de negócio ser estruturalmente sólido, [combinado] com o potencial de valorização de um negócio internacional em franco crescimento”, lê-se no “research” a que o Negócios teve acesso.

 

Os analistas Florent Nitu e Vikas Sharma prevêem que a margem financeira líquida, actualmente nos 1,3%, está num nível relativamente baixo devido aos custos de financiamento e a carteira de crédito hipotecário. Contudo, nos próximos dois anos, o nível da margem deverá aumentar para 1,8%, diz o Citi, com um incremento estimado do valor da margem financeira de 300 milhões de euros, em 2015.

 

"Caixa negra" da margem financeira demonstra potencial

 

Apesar de identificar impactos negativos para a margem financeira do BES, o banco de investimento diz que ao "abrir a 'caixa negra' da margem financeira" identifica potencial de crescimento significativo.

 

O valor da margem será impulsionado pela diminuição do custo dos depósitos devido a uma menor competição dos bancos por activos, com os principais bancos a alcançarem o rácio de crédito concedido equivalente a 120% dos depósitos. Por outro lado, o BES deverá continuar a aumentar os juros exigidos nos créditos, segundo o banco de investimento.

 

Com efeito negativo nos resultados, o Citi destaca a redução da exposição à dívida pública que tem permitido ao BES, e restantes bancos portugueses, beneficiar das taxas de juro implícitas na dívida pública portuguesa. A redução da exposição ao financiamento proveniente do Banco Central Europeu (BCE) também será um encargo acrescido para o banco.

 

Actualmente o BES detém uma carteira de obrigações soberanas portuguesas no valor de seis mil milhões de euros, mas o Citi estima que este valor vai recuar para próximo o intervalo que contém o nível histórico médio e que é de dois a três mil milhões de euros. Actualmente, o ganho devido à exposição às obrigações portuguesas é de 100 milhões de euros, refere a equipa de “research”.

 

O financiamento que o BCE está a fornecer, excepcionalmente, aos bancos da Zona Euro também tem suportado os resultados do BES. O banco terá de substituir o recurso ao crédito prestado pela autoridade bancária ao custo de 1%, o que irá representar um encargo acrescido. Também aqui, os analistas estimam um benefício líquido de 100 milhões de euros que o banco irá perder ou ver diminuir. “O custo de substituição pode ser de cerca de 50 milhões, em 2015”, estima o Citi.

 

As acções do BES estão a valorizar 2,78% para 0,998 euros e o preço-alvo do Citi confere um potencial de 40,3% aos títulos que justifica a recomendação de "comprar" do banco.

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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