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CaixaBI eleva avaliação da Mota-Engil
O CaixaBI reviu as suas estimativas para a Mota-Engil e estabeleceu a avaliação da empresa para 2018, elevando o preço-alvo. Ainda assim, o potencial é de uma queda superior a 10%, o que justifica a recomendação de “reduzir”.
"Revimos as nossas estimativas para a empresa para incorporar as tendências operacionais registadas nos resultados do primeiro semestre e as recentes vitórias de contratos em África. Consequentemente, actualizámos as nossas estimativas e avaliação, nomeadamente para África e América Latina", explica o analista Artur Amaro numa nota de análise a que o Negócios teve acesso.
Além destas actualizações, o preço-alvo estabelecido é para o final de 2018, quando anteriormente era até ao final deste ano.
Assim, a nova avaliação da empresa liderada por Gonçalo Mouta Martins (na foto) foi elevada para 2,90 euros, o que compara com os 2,20 euros anteriores. Este preço-alvo confere às acções um potencial de queda de 10,4% face à cotação de fecho das acções na segunda-feira (3,236 euros).
A recomendação foi melhorada, mas ainda assim continua a ser de "reduzir", tendo em consideração o potencial de queda. A anterior recomendação era de "vender".
A casa de investimento realça que a empresa mais do que duplicou o seu valor em bolsa este ano, devido a vários factores. Entre eles estão os contratos conquistados em Angola, Moçambique e Cabo Verde, bem como a redução da percepção do risco associado a Portugal, depois de a Standard & Poor’s ter retirado o "rating" do país do patamar considerado "lixo".
O CaixaBI considera que a Mota-Engil tem actualmente uma "carteira de encomendas muito interessante", mas que ainda assim está num nível idêntico ao observado em 2016, com alguns dos projectos anunciados ainda por se materializarem.
O banco de investimento salienta ainda que "os esforços da Mota-Engil para crescer internacionalmente devem assegurar oportunidades de crescimento robustas", com a empresa a estar presente actualmente em 24 países.
Do lado positivo, com potencial impacto para a avaliação da empresa, está a eventual recuperação económica dos países africanos onde tem presença ou o aumento dos preços das "commodities".
Do lado negativo, e que representam riscos, o CaixaBI destaca, entre outras questões, o facto de a construtora só reportar os resultados semestralmente e de haver muitos projectos com risco elevado.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.