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BPI troca EDP pela Sonae na sua lista de acções preferidas
O banco de investimento considera que a exposição da retalhista à economia portuguesa deverá impulsionar os resultados e avaliação da empresa, cujo preço-alvo foi melhorado para 1,30 euros.
Sai a EDP. Entra a Sonae. A lista das acções preferidas do BPI na Península Ibérica foi actualizada esta quarta-feira, 14 de Junho, para dar entrada à retalhista dona dos supermercados Continente e dizer adeus à eléctrica liderada por António Mexia, a única cotada portuguesa que constava deste rol.
No relatório, o banco de investimento justifica a "promoção" da Sonae, com a sua exposição à economia portuguesa, cujos dados mais recentes levam o BPI a reforçar a sua visão positiva para a cotada. O preço-alvo da retalhista é revisto em alta de 1,25 euros para 1,30 euros, e a recomendação mantém-se em "comprar". Tendo em conta a cotação actual (96,8 cêntimos) esta avaliação traduz um potencial de valorização de 34,2%.
"Os recentes dados sobre a economia portuguesa levaram-nos a reforçar a nossa posição positiva em relação a nomes domésticos como a Sonae. A empresa está fortemente exposta ao país (mais de 90% das vendas) e as actuais tendências positivas das actividades de consumo, imobiliário e turismo devem impulsionar continuamente os resultados e a avaliação da empresa", sublinham os analistas.
O BPI destaca ainda que o memorando de entendimento que a Sonae assinou para a fusão da sua unidade de desporto com os activos da JD Sports na Península Ibérica deverá ter um impacto de 8% nos lucros, ao mesmo tempo que as perspectivas para o retalho alimentar continuam a melhorar.
De saída da "core list" está, por outro lado, a EDP, cujo preço-alvo é, ainda assim, melhorado de 3,55 euros para 3,70 euros, para traduzir o alargamento do horizonte da avaliação para 2018. À cotação actual (3,231 euros) o potencial de valorização ascende a 14,5%. A recomendação é reduzida de "comprar" para "neutral".
O BPI sinaliza que a eléctrica ainda negoceia a "múltiplos atractivos", tem um dividendo atractivo e menor risco operacional do que o sector. No entanto, as margens "esticadas" na Península Ibérica e a renovada percepção de risco regulatório poderão "pesar sobre a EDP no curto prazo".
Apesar disso, o BPI saúda a recente decisão da EDP de realocar capital de unidades caras e com fraco crescimento para a EDP Renováveis, "relativamente barata" e com grande crescimento. Recorde-se que a empresa acordou a venda da sua unidade de distribuição de gás à REN e a venda da Naturgas em Espanha para financiar a compra da participação que ainda não detém na EDP Renováveis e para reduzir a dívida.
A EDP entrou na lista de favoritas do BPI em Março, precisamente em substituição da EDP Renováveis para reflectir a oferta pública de aquisição (OPA) lançada naquele mês.
As acções da Sonae valorizam 1,15% para 96,8 cêntimos enquanto a EDP ganha 0,37% para 3,231 euros.
Entre as cotadas espanholas, o BPI decidiu retirar da lista de favoritas o DIA e promover a Ebro Foods.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.