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BPI corta preço-alvo da Corticeira Amorim mas vê margem para subida dos dividendos

Apesar da descida do 'target', os analistas atribuem um potencial de subida às acções da Corticeira Amorim de 12%. A recomendação mantém-se em "neutral".

Paulo Duarte
10 de Janeiro de 2018 às 10:56
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Os analistas do BPI cortaram o preço-alvo para as acções da Corticeira Amorim, para reflectir a revisão negativa das estimativas do EBITDA e da dívida, assim como a descida do risco de Portugal.

Numa nota de análise divulgada esta quarta-feira, 10 de Janeiro, o BPI corta o ‘target’ de 13,00 para 12,20 euros por acção, e mantém a recomendação "neutral". Tendo em conta a cotação actual (10,86 euros), a nova avaliação traduz um potencial de valorização de 12,3%.

Os analistas explicam que, apesar da dinâmica favorável da indústria do vinho – com impacto positivo na Corticeira Amorim – a descida do dólar face ao euro e o aumento dos custos da matéria-prima penalizam a rentabilidade da empresa no curto prazo.

"Os custos da matéria-prima subiram 11%, em termos homólogos, em 2017 (o que terá impacto nas margens de 2018) e a extracção, em 2018, deverá ser menor, em quantidade. Em 2019 deverá ser muito generosa (cerca de dobro de 2018) o que pode levar à melhoria da rentabilidade em 2020, mas as margens, no curto prazo, enfrentam um grande desafio", apontam.

Por outro lado, "o dólar tem perdido terreno face ao euro e cada desvalorização de 10% tem um impacto negativo de 7% no EBITDA", acrescentam.

Ainda assim, o BPI vê espaço margem para um aumento dos dividendos da empresa liderada por Rios  Amorim. Sem grandes oportunidades de fusões e aquisições depois da aquisição da Bourassé e da Sodiliége em 2017, os analistas consideram que "há espaço para a subida de uma já sólida média de 3% de ‘dividend yield’ em 2018-2020".

Esta quarta-feira, já depois do research do BPI, a Corticeira anunciou uma aquisição na Suécia.

As acções da Corticeira Amorim estão a descer 0,37% para 10,86 euros. 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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