A unidade de análise do BBVA aumentou o preço-alvo da Zon Optimus de 5,20 para 5,50 euros por acção, depois de ter aumentado o valor actualizado das sinergias para 800 milhões de euros. Os títulos da operadora constituem “uma aposta numa infra-estrutura de elevada qualidade com uma sólida rede comercial”, diz o banco.

Ainda assim, a recomendação foi reduzida de “outperform” (equivalente a “comprar”) para “market perform” (equivalente a “manter”), devido à subida acentuada das acções nos últimos meses e ao ambiente competitivo em Portugal. O potencial de valorização deixou de ser suficiente para justificar o risco de uma menor rendibilidade do negócio, que pode resultar dum maior ímpeto competitivo no mercado de telecomunicações.

A Vodafone tem procurado defender quota de mercado face às ofertas convergentes da Zon e Portugal Telecom, a ponto de ameaçar a racionalidade de preços no mercado nacional, dizem os analistas. Recentemente, a operadora liderada por Mário Vaz passou a oferecer um pacote de Internet, telefone e televisão por 25 euros por mês, nota o banco.

“O registo [do desempenho da Zon Optimus] é notável e isso levou-se a aumentar a previsão para as sinergias. Mas estamos crescentemente preocupados com a estratégia renovada de destruição de valor da Vodafone e a sua aparente determinação em aumentar a cobertura da fibra óptica”, conclui a nota de análise. Para o banco, “chegou o momento de respirar e deixar que a tempestade acalme”, após a valorização de 70% que os títulos acumularam nos últimos 12 meses.

A subida do preço-alvo da Zon Optimus ocorre apesar de um corte de 3% a 5% do resultados antes juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) no período de 2013 a 2016, segundo a nota de análise. Esta é mais do que compensada pela subida das sinergias estimadas para a fusão da Zon com a Optimus, que ocorreu no ano passado.

As acções da operadora liderada por Miguel Almeida seguem a desvalorizar 2,13% para 5,05 euros por acção e o justo-valor apurado pelo BBVA para as acções confere-lhes um potencial de 8,9%.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.