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BBVA reduz preço-alvo do BPI em 46% para 0,75 euros

Para este ano, o BBVA vê "duas grandes ameaças" para o desempenho do BPI: os "fracos rácios" de eficiência na operação portuguesa do banco e o "modelo de negócio desequilibrado em Angola".

Bruno Simão/Negócios
27 de Janeiro de 2015 às 11:52
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A dois dias da apresentação dos resultados anuais do BPI, o BBVA reduziu o preço-alvo da instituição presidida por Fernando Ulrich.

 

Numa nota de análise divulgada esta terça-feira, 27 de Janeiro, com o nome "comprar o Novo Banco pode ser a solução?", o BBVA manteve a recomendação para o BPI em "underperform".

 

Ao mesmo tempo, reduziu o preço-alvo de 1,40 euros para 0,75 euros, o que implica um potencial de desvalorização de 18,566%, face à cotação actual de 0,921 euros.

 

Para este ano, o BBVA vê "duas grandes ameaças" para o desempenho do banco. A primeira ameaça são os "fracos rácios" de eficiência na operação portuguesa do banco. "O BPI é o banco menos eficiente no nosso universo de cobertura em Portugal em termos de custos de funcionamento e tem uma geração de receitas mais baixa por agência/empregado", escrevem os analistas do BBVA.

 

Nas suas contas, o BPI pode reduzir a sua "estrutura de custos em 24%-35% sem materialmente afectar a sua base de receitas".

 

A segunda ameaça é o "modelo de negócio desequilibrado em Angola com uma elevada exposição à dívida do Governo de Angola devido ao elevado excesso de liquidez". 

 

A queda do preço do petróleo e as mudanças nas regras europeias em relação à exposição a Angola poderão levar o BPI a proceder a uma "mudança na estratégia" no BFA (Banco Fomento de Angola), o que poderá vir a "minar a rentabilidade do banco".

 

O BBVA considera que o BPI "deverá tentar desalavancar a sua folha de balanço em Angola" e uma das hipóteses poderá ser a venda de 3,1 mil milhões de euros em dívida angolana.

 

E elogia a operação angolana do BPI que considera ter uma perspectiva positiva. "Acreditamos que o BFA é provavelmente uma das melhores subsidiárias em África e, no nosso ponto de vista, a exposição ao país, apesar da incerteza no curto prazo, é muito atractiva no médio prazo".

 

Mas apesar destas duas ameaças a pairar sobre o BPI, existe uma solução: a compra do Novo Banco, argumenta o BBVA. Esta aquisição iria permitir ao BPI apostar mais na redução de custos: como a redução da rede de agências em 24%.

 

O BPI iria também ficar dotado de maior poder de fogo: num total de 4,5 mil milhões a 5 mil milhões de euros em capital. Por outro lado, a nova instituição ficaria com maior capacidade de exposição a Angola - dos actuais 650 milhões de euros para quase dois mil milhões de euros.

 

O banco liderado por Fernando Ulrich vai apresentar os seus resultados anuais esta quinta-feira, 29 de Janeiro.

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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