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Barclays antecipa descida de resultados da área alimentar da Sonae

Haverá duas tendências distintas nos resultados do terceiro trimestre da área de retalho da Sonae: no sector alimentar, o Barclays antecipa uma redução da margem de EBITDA; no sector não-alimentar, a operação deverá voltar a ser rentável.

14 de Outubro de 2014 às 13:37
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Os resultados da Sonae no terceiro trimestre de 2014 poderão proporcionar reacções diferentes junto dos investidores, refere o Barclays, numa nota de "research" desta terça-feira, 14 de Outubro. A equipa de analistas antecipa tendências distintas, sobretudo na área de retalho, para a empresa liderada por Paulo Azevedo (na foto), de acordo com a nota à qual o Negócios teve acesso.

 

No retalho alimentar, representado pela Sonae MC (lojas do Continente), o relatório refere-se aos "impactos do aumento da deflação no sector alimentar, de 3% no terceiro trimestre, e ao aumento da concorrência no sector" como os factores prejudiciais para a empresa.

 

O Barclays antecipa uma redução da margem operacional de 8,45% para 7,85% na relação entre o lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações (EBITDA) e o volume de negócios. Além disso, as vendas "like-for-like" (LfL, na sigla anglo-saxónica e referentes ao mesmo perímetro comparável de lojas, sem contar com aberturas e encerramentos no período em análise) deverão descer em 2,2% no trimestre, antecipa a equipa de analistas.

 

No entanto, a Sonae MC "deverá aumentar a quota de mercado no terceiro trimestre", segundo o documento.

 

Sobre o retalho não alimentar, representado pela Sonae SR (lojas da Sport Zone), "embora o contexto continue difícil", a empresa "deverá confirmar no terceiro trimestre as melhorias do período anterior graças às medidas de reestruturação implementadas", diz o documento. Antecipa uma subida de 6% nas vendas LfL. O EBITDA deverá ficar positivo em dois milhões de euros, segundo o Barclays, que prevê o "regresso à rentabilidade" da Sonae SR para este ano.

 

Contexto penaliza transacções imobiliárias

 

"A Sonae continua comprometida com a redução da sua dívida", refere o documento. Contudo, o contexto português poderá prejudicar o compromisso, na óptica do Barclays.

 

"Embora o grupo tenha um portefólio imobiliário considerável, a probabilidade de possíveis alienações através do modelo ‘sale and lease back’ no curto-prazo poderá estar condicionada pela deterioração do clima de investimento e a recente volatilidade do mercado accionista português", contextualiza a nota do banco britânico.

 

Uma operação de "sale and lease back" define-se como uma operação imobiliária em que o proprietário vende o imóvel, continuando a ocupá-lo na condição de arrendatário. É normalmente utilizada por empresas à procura de liquidez, que preferem reduzir o valor dos activos imobiliários que detêm para angariar num curto prazo capital para as suas operações normais.

 

Barclays mantém "preço-alvo"

 

O Barclays mantém quer o preço-alvo quer a recomendação de "equalweight" sobre as acções. A unidade de "research" aconselha à exposição dos investidores aos títulos da Sonae dentro da média na carteira de acções.

 

O preço-alvo sobre os títulos da Sonae é de 1,20 euros, atribuindo um potencial de valorização de 16,96% sobre o valor actual (1,026 euros).

 

Os resultados da Sonae relativos ao terceiro trimestre serão publicados a 22 de Novembro, após a sessão.

 

Os títulos da retalhista seguem a valorizar 0,79% para 1,026 euros.

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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