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Aumento do salário mínimo vai pressionar custos das retalhistas
O BPI diz que o impacto na rentabilidade das empresas de retalho em Portugal vai ser limitado.
O aumento do salário mínimo em Portugal vai "colocar alguma pressão na base de custos das empresas do sector do retalho", referem os analistas do BPI em reacção ao acordo ontem alcançado entre Governo e patrões.
O Governo chegou a um "acordo de princípio" com as confederações patronais e a UGT para um aumento do salário mínimo em 5%, para 557 euros, já a partir de 1 de Janeiro, altura em que também será aplicada uma redução de 1,25 pontos percentuais na taxa social única (TSU).
Na nota diária que envia a clientes, a unidade de "research" do BPI diz que apesar de assumir que as retalhistas em Portugal pagam ordenados entre 15 a 20% acima do salário mínimo, este valor continua a servir de referência para definir uma grande parte dos custos com pessoal.
"Esperamos que as empresas continuem a ajustar os salários com base na produtividade e que baixem o diferencial entre os ordenados que pagam e o salário mínimo, demorando por isso mais do que quatro anos a aplicar o aumento de 95 euros nos salários dos seus trabalhadores", refere o BPI.
Apesar de constar no programa do Governo, o aumento do salário mínimo para 600 euros em 2019 não consta do acordo alcançado na quinta-feira.
Esta pressão na base de custos das retalhistas "será mais relevante na Sonae, uma vez que a actividade em Portugal representa 90% das receitas da empresa", refere o BPI, que atribui apenas um peso de 8% à avaliação da Jerónimo Martins.
Apesar de estimar esta pressão nos custos, o BPI espera que o aumento do salário mínimo tenha um "impacto limitado em termos de rentabilidade" no sector. Por outro lado, a subida do salário mínimo bem acima da inflação, terá um impacto positivo no rendimento disponível, refere a mesma fonte.
As acções da Sonae SGPS caem 0,23% para 0,872 euros e os títulos da Jerónimo Martins sobem 0,28% para 14,52 euros.