No passado dia 18 de Setembro terminou o período de "lockup" sobre as acções da Alibaba. Ou seja, quem foi à oferta pública inicial (IPO, na sigla inglesa) da empresa de comércio electrónico, em Setembro do ano passado, ficou "liberto" para vender a sua participação se assim o desejasse.

Uns dias mais tarde, a 28 de Setembro, a Yahoo confirmou o que já tinha anunciado em Janeiro: que tinha decidido avançar com um "spinoff" da sua participação de 15% (384 milhões de acções) na Alibaba. Há muito que se esperava que a tecnológica liderada por Marissa Mayer dissesse o que faria às suas acções assim que lhes pudesse "mexer".

No entanto, a decisão deixou os investidores receosos: nesse mesmo dia, a Yahoo perdeu mais de 1,5% em bolsa – isto devido aos receios de que pudesse incorrer no pagamento de uma factura tributária de vários milhares de milhões de dólares, já que a empresa decidiu avançar com a cisão mesmo sem ter ainda o parecer favorável do Internal Revenue Service dos EUA (Fisco norte-americano) no sentido de a transacção estar livre do pagamento de impostos.

O processo entretanto foi demorando, gerando mesmo alguma especulação sobre os atrasos, e agora a Yahoo decidiu-se pelo abandono da referida cisão, avança a imprensa internacional.

"A Yahoo desistiu dos planos de cindir a sua posição na Alibaba, no valor de 32 mil milhões de dólares, devido à pressão dos investidores preocupados com uma potencial elevada factura fiscal", sublinha o Financial Times, citando uma fonte próxima do processo.

O jornal britânico acrescenta que, em vez do "spinoff" da participação que detém na Alibaba, a Yahoo está a pensar vender ou cindir o seu "core business".

A nova unidade resultante da cisão dessa posição chamar-se-ia Aabaco e reuniria também as actividades da Yahoo Small Business, que fornece domínios na Internet e serviços de concepção de websites a pequenas empresas.

A Bloomberg, citando a CNBC, refere igualmente que a tecnológica sedeada em Sunnyvale, Califórnia, estará a ponderar um acordo para as suas unidades de Internet, bem como um "spinoff" da sua posição na Yahoo Japan Corp.

Recorde-se que a Yahoo vendeu em 2005 as suas operações na China ao Grupo Alibaba.

Na semana passada, o conselho de administração da Yahoo tinha dito que estava a ponderar as opções para o futuro da empresa: se avançava ou não com a cisão dos 15% que detém na Alibaba, devido às implicações tributárias, ou se procurava um possível comprador para as suas operações na Web, como o motor de busca, a publicidade e os conteúdos de media. Esta última opção é a defendida pela accionista Starboard Value LP.

Esta decisão de deixar cair o "spinoff" da posição na Alibaba poderá ser um reconhecimento do fracasso de Marissa Mayer, que é CEO da Yahoo desde 2012. Mayer tomou as rédeas da empresa para revitalizar a marca de Internet, outrora dominante, mas tem-se debatido para encontrar a estratégia certa para regressar ao crescimento e tem sofrido muitas pressões por parte dos investidores, lembra a Bloomberg.

O mercado está a reagir bem a estas notícias, com as acções da Yahoo a dispararem 3,8% na "negociação fora de horas" da bolsa nova-iorquina. No fecho do horário regular da sessão de terça-feira, 8 de Dezembro, a tecnológica fixou-se nos 34,85 dólares – a somar 0,49%.

(notícia actualizada às 00:52)