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Wall Street em máximos históricos. Namoro com a energia e promessas de Trump são trampolim
A Bloomberg chama-lhe "o caso amoroso de Wall Street com a energia". E, de facto, nos últimos meses, tem sido evidente a forte correlação entre a evolução dos preços do petróleo e das bolsas. Hoje, essa ligação foi evidente e, associada às promessas de reforma fiscal por parte de Trump, acabou por dar gás aos EUA.
As principais bolsas norte-americanas encerraram em alta, fixando-se em patamares nunca antes vistos. A contribuir para esta valorização esteve a subida dos preços do petróleo, que animou fortemente os títulos da energia.
Já ontem o crude tinha "dado uma ajuda" às praças do outro lado do Atlântico, à conta de uma retoma dos preços da matéria-prima nos principais mercados internacionais depois do anúncio de uma queda inesperada das reservas norte-americanas de gasolina.
A ajudar ao movimento positivo estiveram também as declarações do presidente Donald Trump, que prometeu "para breve" uma reforma fiscal.
O índice industrial Dow Jones encerrou a somar 0,59% no fecho, para 20.172 pontos, que é um novo máximo de fecho, além de ter marcado um novo máximo de sempre na negociação intradiária, nos 20.206,36 pontos.
Por seu lado, o Standard & Poor’s 500 avançou 0,58% para se estabelecer nos 2.307,87 pontos – estabelecendo assim um recorde de fecho, depois de ter fixando um máximo histórico a meio do dia, nos 2.311,08 pontos.
Já o índice tecnológico Nasdaq Composite terminou a ganhar 0,58%, para 5.715 pontos – e, à semelhança dos seus congéneres de Wall Street, este valor foi o mais alto de sempre num fecho de sessão. Durante a jornada, atingiu um máximo de sempre nos 5.722,71 pontos.
Apesar de a actual época de apresentação de resultados das empresas estar a ser uma das melhores desde a crise financeira, os investidores mantêm-se cautelosos, à espera de sinais mais claros sobre as políticas de promoção do crescimento da economia norte-americana – e também devido aos riscos políticos na Europa com a aproximação de eleições importantes.
Por isso, as oscilações têm sido pouco expressivas, tanto para a alta como para a baixa. Mas a valorização de hoje foi mais evidente, com os principais índices a ganharem mais de 0,50%.
Os títulos da energia recuperaram, animados pelos ganhos do petróleo, o que contribuiu para colocar as bolsas norte-americanas no verde.
Segundo a Bloomberg, desde pelo menos o ano de 2000 que Wall Street não investia tanto dinheiro nas cotadas do sector energético. E isto deve-se à expectativa de que o sector esteja a emergir da sua pior contracção no período de uma geração.
As empresas norte-americanas da energia angariaram 6,64 mil milhões de dólares em 13 aumentos de capital em Janeiro (o que correspondeu a mais de dois terços dos 9,41 mil milhões angariados no resto do mundo), no âmbito da conjugação de dois importantes factores: preços do petróleo consistentemente acima de 50 dólares por barril e uma corrida às prospecções que fez duplicar o número de plataformas em utilização nos EUA e no Canadá para a exploração de petróleo de a partir de xisto betuminoso.
Outro sector em destaque hoje pela positiva foi o financeiro, com a maioria dos títulos da banca a beneficiar da expectativa da reforma fiscal prometida por Trump.
Do lado das perdas, destaque para o Twitter, que caiu 12% depois de reportar receitas do quarto trimestre que ficaram abaixo do esperado.
Numa altura em que mais de metade das empresas listadas no S&P 500 já apresentou as suas contas, o saldo é positivo: cerca de 75% superaram as estimativas para os lucros e perto de 50% registaram vendas acima do esperado, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg.