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Vendas da Biedronka atiram Jerónimo Martins para queda de mais de 7%
As acções da retalhista estão a acentuar as perdas, mantendo-se em mínimos de Janeiro de 2016. A queda acontece depois de a Jerónimo Martins ter apresentado resultados que ficaram aquém das expectativas do mercado.
Os resultados para os primeiros nove meses do ano da Jerónimo Martins desiludiram os investidores. E o resultado está à vista: as acções já caíram mais de 7% durante esta sessão.
A empresa liderada por Pedro Soares dos Santos está a ceder 6,47% para 10,77 euros. Mas já chegou a recuar 7,47% para 10,655 euros, igualando o mínimo de 20 de Janeiro de 2016.
Quanto ao volume de negociação, até às 12:25 trocaram de mãos mais de 1,5 milhões de acção, o que supera a média diária dos últimos seis meses de cerca de 973 mil acções.
"As estimativas da Jerónimo Martins para as vendas ficaram 1% abaixo da nossa previsão", referiram os analistas do BPI, realçando que este resultado reflecte o "desempenho mais fraco do que o esperado da Biedronka e da Ara", o que "mais do que ofuscou o bom desempenho do Pingo Doce".
Foi na terça-feira que a Jerónimo Martins revelou uma subida dos lucros de 2,4% para 292 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.
A Biedronka, rede de supermercados do grupo na Polónia, registou um aumento de 6,5% nas vendas, para um valor de 8.632 milhões de euros. "O facto de as vendas comparáveis da Biedronka terem novamente falhado as previsões deve criar alguma apreensão e pode levar a uma queda adicional das acções", notou Konrad Ksiezopolski, analista do Haitong, à Bloomberg.
Já na Colômbia, onde a empresa detém a cadeia de supermercados Ara, as vendas aumentaram 52,2%, atingindo os 439 milhões de euros. Em Portugal, o Pingo Doce aumentou as suas vendas em 5,1%, para 2.839 milhões de euros.
Em comunicado, o presidente e CEO da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, destacou "o muito bom desempenho apresentado nos nove meses". O líder do grupo assinalou que, na Polónia, "num contexto, ainda não estabilizado, de adaptação à proibição de abrir lojas em alguns domingos, a Biedronka continuou a ganhar quota de mercado". Sobre as operações em Portugal, o CEO classificou o desempenho do Pingo Doce e Recheio de "notável".
Contudo, estas declarações não foram suficientes para alguns investidores. Christian Guyot, da Invest Securities, decidiu mesmo cortar o preço-alvo da retalhista para os 11 euros, face aos anteriores 12,40 euros. Ainda assim, a média de 19 casas de investimento continua a apontar para um preço-alvo de 14,75 euros, de acordo com a Bloomberg, o que representa um potencial de valorização das acções de 37%.