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Trump continua a suscitar receios mas Wall Street dá tréguas de final de semana

As bolsas do outro lado do Atlântico encerraram em alta, a corrigirem das perdas dos últimos dias. Apesar de o "furacão Temer", que abala a cena política no Brasil, não estar a ter grande influência na negociação em Wall Street, o efeito Trump continua a provocar estragos. Por hoje, houve tréguas, mas o mercado continua prudente perante a incerteza que paira em torno da Casa Branca.

Reuters
19 de Maio de 2017 às 21:24
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Os mercados accionistas norte-americanos continuaram hoje a corrigir das perdas das primeiras três sessões da semana, apesar de os escândalos em que o presidente Donald Trump está envolvido continuarem a suscitar bastantes receios.

 

O Dow Jones fechou a sessão desta sexta-feira a somar 0,69% para 20.804,84 pontos e o Standard & Poor’s 500 avançou 0,68% para 2.381,73 pontos.

 

Também o tecnológico Nasdaq Composite terminou em alta, ao valorizar 0,47% para 6.083,70 pontos.

 

Depois dos relatos sobre o facto de Donald Trump poder ter passado à Rússia informação confidencial sobre o Daesh, a crise adensou-se quando se soube que o presidente norte-americano teria pedido ao ex-director do FBI, James Comey, que "esquecesse" a investigação que estava a ser feita ao ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn.

 

Foi, pois, um início de semana conturbado, que só apaziguou ontem, se bem que os investidores continuem a usar de prudência. Ontem foi a vez de o presidente brasileiro, Michel Temer [acusado de conivência com subornos] fazer cair as bolsas em geral – mas não as norte-americanas.

 

Em Wall Street a "crise Temer" não afectou a negociação, mas muitos analistas citados pela Bloomberg consideram que a "crise Trump" continuará a pesar – não só devido aos escândalos mas também perante o cepticismo quanto à capacidade de o presidente dos EUA cumprir as suas promessas eleitorais.

 

Os operadores começam a duvidar da capacidade de Trump cumprir as suas promessas, sobretudo no que se refere à reforma fiscal e aos gastos em infra-estruturas com que acenou durante a sua campanha eleitoral.

 

Esta sexta-feira houve, aliás, novos capítulos nas questões políticas que envolvem Trump e responsáveis russos.

 

A investigação que está a ser levada a cabo para determinar se houve uma coordenação entre a Rússia e a campanha eleitoral de Trump já identificou um actual responsável da Casa Branca como "pessoa de interesse", avançava a Bloomberg esta sexta-feira ao final do dia.

 

Além disso, foram lançadas hoje mais achas para a fogueira no que diz respeito à reunião do presidente dos EUA com altos responsáveis russos.

 

No encontro que Donald Trump manteve na semana passada na Sala Oval da Casa Branca com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, e o embaixador russo nos EUA, Sergeyi Kislyak, o presidente dos EUA comprometeu informação secreta e sensível sobre o autoproclamado Estado Islâmico, avançava ao início da semana o The Washington Post.

 

Agora, num documento que sintetiza essa reunião, e ao qual o The New York Times teve acesso, Trump terá dito a Lavrov e a Kislyak que despedir o director do FBI, James B. Comey, tinha retirado "grande pressão" sobre ele. Esta reunião, recorde-se, decorreu logo no dia a seguir a Trump demitir Comey.

 

"Acabei de despedir o director do FBI. Ele era maluco, um autêntico doido", declarou Donald Trump, segundo o documento – que foi lido ao NYT por um responsável norte-americano que pediu anonimato. "Sofri grande pressão por causa da Rússia. Isso já acabou", terá acrescentado. "Não estou sob investigação", rematou o chefe do Executivo norte-americano.

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