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Tesla fica "com um pé de fora" do clube das "trillion-dollar babies"

As ações da fabricante de veículos elétricos seguem a ganhar 0,24% para 1.017,44 dólares, corrigindo parte do mergulho matinal de 6,4%.

Elon Musk anunciou que a Tesla comprou bitcoins e a moeda disparou.
Patrick Fallon/Reuters
06 de Dezembro de 2021 às 19:39
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A Tesla não ficou imune ao início da investigação da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) sobre os riscos de incêndio - em domicílios e estabelecimentos - associados aos defeitos nos sistemas de painéis solares da empresa e colocou, ainda que por breves momentos, o "pé de fora" do grupo das empresas com uma capitalização de mercado superior a um bilião de dólares.

No decorrer da sessão, as ações da fabricante de veículos elétricos recuperaram ligeiramente, seguindo agora a ganhar 0,24% para 1.017,44 dólares, corrigindo o mergulho matinal de 6,4%. Há quatro dias que as ações têm caído, na maior série de perdas desde março.

Com este "trambolhão" inicial, a capitalização de mercado da Tesla caiu abaixo do patamar do "trillion dollar" (um bilião de dólares), queda da qual recuperou rapidamente, ao saltar para os 1,03 biliões. Resta saber se Tesla encerra o dia fora ou dentro deste clube seleto.

Caso as ações da Tesla regressem ao vermelho durante a sessão, seguindo a tendência negativa das últimas semanas, é possível que fechem o dia com uma quebra de 20% face ao seu último máximo, o que ditará a sua entrada em "bear market", isto é, em ciclo negativo.

SEC e The New York Times atacam ações da Tesla 

A cotação da empresa foi abalada pelo anúncio de uma investigação da SEC e por uma revelação do The New York Times.

O regulador abriu uma investigação à Tesla na sequência de uma denúncia de que a empresa falhou, durante vários anos, em notificar adequadamente os acionistas e o público relativamente a riscos de incêndio associados a defeitos nos sistemas dos painéis solares, revela uma carta a que a agência Reuters teve acesso.

Na queixa submetida à SEC, é sublinhado que a Tesla e a SolarCity - que comprou em 2016 - não divulgaram a sua "responsabilidade e exposição a danos materiais, risco de ferimento dos utilizadores, de incêndio, entre outros, aos accionistas", nem antes nem depois da aquisição. Em paralelo, a Tesla é acusada de falhar em avisar os clientes que conectores elétricos defeituosos poderiam originar incêndios.

A investigação eleva a pressão regulatória sobre a fabricante automóvel - que está, de resto, já a braços com uma outra investigação, ligada à segurança devido a acidentes envolvendo os seus sistemas de assistência à condução.

Esta queda acontece ainda no mesmo dia em que o diário norte-americano The New York Times revela, tendo por base o relato de fontes anónimas, que a marca editou um vídeo divulgado em 2016 - com o intuito de convencer o público da aparente segurança do piloto automático dos seus automóveis - apagando uma parte em que o carro foi contra uma barreira, dentro do complexo da Tesla.

As fontes adiantaram ainda que o veículo foi pré-programado com uma rota, baseada num mapa tridimensional elaborado especificamente pelos engenheiros da gigante automóvel.

Recentemente, a Tesla lançou uma versão beta do seu software "Full Self-Driving", uma versão mais avançada do piloto automático, para cidades com uma estrutura urbanística mais complexa, mas a tecnologia tem tido várias dificuldades de aplicação, como provam vários vídeos amadores publicados na internet.

Em outubro, a Tesla atingiu o tão desejado patamar de um bilião de dólares de capitalização bolsista, juntando-se ao clube das "trillion dollar babies".

Ao chegar a este patamar, a Tesla juntou-se às gigantes de tecnologia, como é o caso da Alphabet ou da Amazon. 

A escalada da Tesla levou também a que Musk reforçasse nessa altura o seu estatuto da pessoa com a maior fortuna mundial, 252 mil milhões de dólares, deixando o "arqui-rival" Jeff Bezos, fundador da Amazon, a cerca de 60 mil milhões de dólares.

Até ao momento, apesar da queda das ações da gigante automóvel nas primeiras horas de negociação desta segunda-feira, ainda não houve "mexidas" nas listas da Forbes e da Bloomberg relativas aos maiores multimilionários do mundo.

A fortuna de Musk está neste momento avaliada em 269 mil milhões de dólares, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.
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