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Tensões no Médio Oriente e actas da Fed abalam Wall Street
As bolsas norte-americanas encerraram em baixa, pressionadas pelo crescer de tensões em relação à Síria, depois de Trump ter ameaçado com uma acção militar contra o regime de Assad após o ataque com armas químicas do passado sábado. As actas da última reunião da Fed, que dão conta de um fortalecimento da economia e subida da inflação, também penalizaram, já que se intensificaram os receios de que o banco central norte-americano reforce o ritmo de subida dos juros.
O escalar de tensões no Médio Oriente manteve hoje os mercados em clima de nervosismo, depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter avisado a Rússia que lançará mísseis contra a Síria e que Moscovo não deve interceptá-los.
A posição dos EUA é uma retaliação contra o ataque com armas químicas aparentemente levado a cabo no passado sábado pelas forças leais ao regime sírio de Bashar al-Assad.
Também o Reino Unido se prepara para decidir uma acção militar contra a Síria, avançou a BBC News.
A coroar os receios dos investidores esteve, ao final do dia, a divulgação das actas da última reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos, que ocorreu a 20 e 21 de Março, uma vez que todos os responsáveis da Fed foram da opinião que a economia continuará a crescer e que a inflação também subirá nos próximos meses, a caminho da meta de 2% visada pelo banco central.
Nas actas é sublinhada a robustez da economia dos EUA nos últimos meses e antecipa-se que o reforço da confiança dos consumidores deverá reaproximar a taxa de inflação do objectivo dos 2%, o que dá mais força à ideia de que o ritmo de normalização da política monetária poderá ser acelerado – podendo haver quatro subidas de juros este ano, em vez dos três inicialmente projectados.
Com estas notícias, os investidores assumiram posições mais prudentes. Assim, aliviados os receios em torno das tensões comerciais EUA-China, os investidores têm agora novas fontes de instabilidade a ter em conta, o que os afasta dos mercados accionistas e os faz preferir activos de menor risco, como o ouro, o iene e a dívida norte-americana.
O Dow Jones encerrou a sessão a cair 0,90% para 24.189,52 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 0,55% para 2.642,18 pontos.
Por seu turno, o Nasdaq Composite fechou a perder 0,36% para 7.069,03 pontos.
Os títulos petrolíferos destacaram-se pelo lado positivo, num dia em que as cotações do crude voltaram a subir, mas o bom desempenho das cotadas da energia não foi suficiente para colocar Wall Street no verde.
Os investidores começam também a focar as suas atenções na época de divulgação dos resultados do primeiro trimestre das grandes cotadas norte-americanas, que arranca esta semana. Os primeiros a apresentar as suas contas serão os bancos, com destaque para JPMorgan, Citigroup e Wells Fargo esta sexta-feira.
Amanhã serão divulgadas as contas da Toys R’ Us, que no mês passado anunciou que irá encerrar todas as lojas nos EUA e que uns dias depois entrou também com um pedido de insolvência na Península Ibérica para a sociedade que detém os imóveis onde estão instaladas as lojas em Portugal e Espanha.