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Tarifas de Trump e receios em torno dos juros afundam Wall Street

As bolsas do outro lado do Atlântico seguem a cair perto de 2%, pressionadas pelo anúncio de Trump sobre a imposição de tarifas nas importações de aço e alumínio e pelos receios em torno do ritmo de subida das taxas directoras, num dia em que se voltou a falar de quatro aumentos este ano pela Fed.

As obrigações soberanas não têm sido o activo mais popular nos últimos anos, devido às rentabilidades negativas. Mas, em momentos de maior turbulência, é neste tipo de activos que a maioria dos investidores procura refúgio. E, desta vez, não será excepção. A maioria dos especialistas prefere, porém, a exposição às 'treasuries' norte-americanas.

'Com a maioria da economia mundial a abrandar decidimos aumentar a nossa alocação em títulos de dívida, sobretudo obrigações norte-americanas', escreve o Pictet numa nota de estratégia, divulgada na semana passada. A gestora de activos diz que há vários factores que favorecem a exposição às 'treasuries', face, por exemplo, às 'bunds' alemãs. 'Os mercados accionistas tendem a ser mais voláteis durante Julho e Agosto, o que pode levar a uma maior procura por obrigações soberanas dos EUA', explicam os especialistas.

Já a Amundi 'continua a favorecer títulos com uma duração curta nas obrigações 'core' devido às avaliações caras e ao fim dos estímulos que se está a aproximar'. Fora da dívida, os investidores podem ainda procurar refúgio no mercado cambial. Além do iene, uma das principais apostas dos investidores em momentos de maior instabilidade, o dólar é outro dos refúgios. Devido à divergência na política monetária entre os EUA e a Zona Euro, a nota verde deverá valorizar face ao euro.
EPA
01 de Março de 2018 às 19:31
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O Dow Jones segue a ceder 1,89%, para se fixar nos 24.557,26 pontos, e o Standard & Poor’s 500 recua 1,64% para 2.669,83 pontos. Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite perde 1,70% para se fixar nos 7.149,17 pontos.

 

Um dos factores que está a contribuir para esta maré vermelha em Wall Street é o do anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, relativamente à imposição de tarifas sobre a importação de aço e alumínio.

 

Trump referiu que vai assinar formalmente estas medidas na próxima semana, tendo prometido que ficarão em vigor "durante um longo período de tempo". Estas medidas comerciais visam, concretamente, a imposição de tarifas de 25% sobre a importação de aço e de 10% sobre o alumínio que entra no país.

 

Por outro lado, mantêm-se os receios em torno do ritmo de subida dos juros nos EUA.

 

Jerome Powell, o novo presidente da Reserva Federal (Fed), disse na terça-feira perante o Congresso norte-americano que considera que a melhor forma de responder à actual conjuntura é prosseguir a política de subida gradual dos juros nos EUA. Mesmo que o contexto seja de um crescimento económico forte e de um aumento dos preços no consumidor [a Fed espera que a inflação no país suba e atinja a sua meta de 2% até ao final do ano].

 

No entanto, pelo meio, Powell deixou no ar a possibilidade de até reforçar a normalização da política monetária. Estes comentários intensificaram as apostas de que o banco central dos Estados Unidos poderá aumentar os juros quatro vezes este ano – e não três, como antecipou em Dezembro passado. E isso deverá continuar a exercer alguma pressão sobre as bolsas, com os investidores a preferirem o mercado obrigacionista em detrimento do accionista numa altura em que os juros da dívida norte-americana estão em alta.

Espera-se, aliás, que na reunião de Março seja já decidida uma subida da taxa dos fundos federais.

 

O facto de Powell ter falado em "mais aumentos graduais" foi ao encontro do que já tinha sido divulgado na semana passada, aquando da divulgação das actas da reunião de 30 e 31 de Janeiro da Fed.

 

Agora, esta quinta-feira, o presidente da Fed de Nova Iorque, William Dudley, declarou que está convicto de que as subidas dos juros continuarão a ser necessárias devido ao impulso do corte de impostos nos EUA e ao aumento da despesa pública federal.

 

Dudley disse que o endurecimento "gradual" da política monetária poderá significar quatro aumentos da taxa directora dos fundos federais este ano.

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