Notícia
S&P 500 regista maior ganho semanal desde 1974
As principais praças bolsistas do outro lado do Atlântico ganharam terreno na última sessão da semana, apesar do forte aumento dos pedidos de subsídio de desemprego nos EUA. A impulsionar esteve um robusto programa de estímulos implementado pela Fed.
O Dow Jones encerrou a somar 1,22% para 23.719,37 pontos e o Standard & Poor’s 500 avançou 1,45% para 2.789,82 pontos. Na semana, o S&P 500 valorizou 12,1%, naquele que é o maior ganho dos últimos 46 anos.
Já o tecnológico Nasdaq Composite ganhou 0,77% para se fixar nos 8.153,57 pontos.
Na última hora de negociação estiveram a ceder parte das subidas, mas depois ganharam de novo força e o saldo semanal foi também positivo – as bolsas, recorde-se, estarão encerradas na Sexta-feira Santa.
A animar o sentimento dos investidores esteve a desaceleração do número de novos casos de covid-19, mas o que mais impulsionou foi o anúncio de um programa de apoio à economia anunciado pela Reserva Federal norte-americana, no valor de 2,3 biliões de dólares – que a Fed planeia injetar nas empresas e governos estaduais.
"Este programa da Fed é o mais agressivo do banco central. Eles não querem ficar conhecidos como sendo a razão de termos entrado numa Depressão", comentou Jim Cramer, analista da CNBC.
"Estou bastante impressionado. A Fed está em campo e era disto mesmo que precisávamos, pois temos de combater uma Depressão, temos de ter a América aberta aos negócios", acrescentou.
A Reserva Federal tem anunciado sucessivos programas de apoio à economia e também reduziu fortemente a taxa de juro diretora. Além disso, foi também aprovado no Congresso – e homologado por Trump – um pacote de verbas no valor de dois biliões de dólares, uma bazuca que se destina a ajudar empresas em apuros e também a população (os norte-americanos vão começar a receber cheques dentro de aproximadamente 15 dias).
O anúncio da Fed acabou por pesar mais no sentimento dos investidores do que os maus dados do mercado laboral.
Os novos pedidos de subsídio de desemprego que deram entrada na semana terminada a 4 de abril ascenderam a 6,6 milhões – o segundo número mais alto de sempre (desde que o Departamento norte-americano do Trabalhou começou a recolher estes dados, em 1967) e muito acima da estimativa média dos economistas inquiridos pela CNN, que apontavam para mais 5,25 milhões de pedidos.
Nas últimas 3 semanas, os novos pedidos de subsídio ascendem assim a 16,8 milhões (10% da força laboral nos EUA), já que cerca de 10 milhões de pessoas tinham solicitado subsídio de desemprego nas duas últimas semanas de março.