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Sonaecom perde 62 milhões de euros na retirada do PSI-20

Os títulos da empresa do grupo Sonae continuam em bolsa mas já não constam do índice de referência do mercado português. Esta sexta-feira foi a última sessão. Um dia em que caíram 7% e tocaram no valor mais baixo desde Outubro.

21 de Fevereiro de 2014 às 16:57
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Foi com uma queda de 7% que a Sonaecom se despediu do principal índice da Bolsa de Lisboa. A empresa irá continuar cotada, embora afastando-se da principal montra do mercado nacional, o que castigou fortemente os títulos.

 

As acções da antiga detentora da Optimus cederam 7,07% e terminaram a negociar nos 2,235 euros. Chegaram a deslizar 10%, tendo caído ao valor mais baixo desde Outubro do ano passado.

 

O valor de mercado da Sonaecom, no fecho de sexta-feira, fixou-se em 818,6 milhões de euros. São menos 62,2 milhões de euros face aos 880,8 milhões de euros registados ontem.

 

Esta foi a primeira sessão da empresa desde que foram conhecidos os resultados da oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Sonaecom aos minoritários, em resultado da qual o comité do PSI-20 decidiu a sua exclusão do índice, apesar da continuação em bolsa. A saída do índice ocorreu hoje.

 

A saída do índice concretizou-se esta sexta-feira, dado que, na segunda-feira, a Sonaecom já não negoceia integrada no PSI-20. O índice deverá ficar com apenas 19 componentes nos próximos meses.

 

“Esta retirada da PSI-20 marca a saída de mais um conglomerado do índice, pouco antes de os CTT entrarem e reforçarem a componente de serviços do PSI-20”, comentou, por e-mail, o gestor da XTB, Steven Santos.

 

A presença no índice PSI-20 é vista pelos especialistas como um factor positivo para uma empresa, dado que dá uma maior exposição ao título e permite que as suas acções sejam adquiridas por fundos de investimento que replicam a composição do índice. A saída do índice tem o efeito contrário. Os fundos tendem a afastar-se e a empresa perde valor porque a procura tende a ser mais reduzida.

 

A OPA

 

A Sonaecom lançou uma oferta pública através de uma proposta de troca: recebia acções dos minoritários e estes recebiam, em contrapartida, títulos da Zon Optimus e dinheiro. O objectivo era ficar com as mais de 88 milhões de acções que representam os 24,16% do capital que não estão nas mãos da empresa.


Contudo, a companhia liderada por Ângelo Paupério (na foto) só conseguiu adquirir 54.906.831 acções dos 88.479.227 títulos sujeitos a oferta. A taxa de aceitação desta oferta que decorreu entre 6 e 19 de Fevereiro ficou-se, assim, em 62,09%. Em suma, captou 15% do capital social disperso mas ficou ainda 9,2% do capital nas mãos de minoritários (“free float” ou capital disperso).

 

“Com um ‘free float’ mais baixo, a Sonaecom deverá negociar a um grande desconto em relação à Zon Optimus”, comenta a analista Alexandra Delgado, do Millennium IB, adiantando que essa foi a razão pela qual aconselhou a aceitação da oferta. A Zon Optimus fechou a subir 1,12% para os 5,41 euros.

 

As opções pela frente da Sonaecom

 

Era necessário que a Sonaecom adquirisse, pelo menos, 90% dos direitos de voto sujeito à oferta e 90% dos direitos de voto do seu capital social para que pudesse ponderar uma aquisição potestativa (em que obrigava os accionistas que não venderam na OPA a venderem agora). Não conseguiu. Ficou-se pelos 62,09% dos direitos de voto sob oferta e 89,02% dos direitos de voto da Sonaecom. Ou seja, há 10,98% dos direitos de voto que não detém (a diferença dos direitos de voto face aos 9,2% do capital social deve-se à existência de acções próprias, que não conferem voto).

 

A Sonaecom não consegue fazer uma aquisição potestativa nem poderá solicitar, já, a perda de qualidade de sociedade aberta (que dita a exclusão do mercado de capitais). A opção é convocar uma assembleia-geral em que leve este tema a votação. Mesmo assim, precisará do sim de 90% dos accionistas para que a opção seja aceite, ou seja, estará dependente de minoritários que não quiseram vender na OPA.

 

Uma outra opção para a exclusão do mercado de capitais poderá ser uma eventual fusão, por exemplo do Grupo Sonae, embora nesse caso fosse necessária a aprovação dos accionistas da Sonaecom e da empresa a ser fundida.

 

Para já, os investidores que não venderam na OPA são accionistas de uma companhia com uma baixa possibilidade de troca de acções. Há apenas 33.572.396 títulos da Sonaecom distribuídos por investidores. 

 

 
Distribuição de accionistas da Sonaecom
Posição accionista após oferta
Empresa % Capital social
Sontel (Belmiro Azevedo) 53,00%
Sonae SGPS 21,30%
Sonaecom - acções próprias 1,50%
Adquiridas pela Sonaecom  15,00%
Dispersas em bolsa (Free-float) 9,20%
  100,00%

 

 

 

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