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BES sobe 5% a beneficiar da simplificação accionista

Forte troca de acções está a marcar esta terça-feira, depois da carta aos colaboradores de Ricardo Salgado, que abriu portas a uma simplificação da estrutura accionista do BES.

Bruno Simão/Negócios
01 de Abril de 2014 às 12:58
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As acções do Banco Espírito Santo estiveram já a subir mais de 5% na sessão desta terça-feira e estão mesmo entre os maiores avanços na Europa. As alterações no trono do grupo em que está inserido, que reflectem uma simplificação da estrutura accionista, estão a possibilitar os ganhos.

 

Cada acção do banco liderado por Ricardo Salgado está a valer 1,419 euros, reflexo de uma subida de 4,42%. Na sessão de hoje, os títulos já estiveram a avançar 5,3% para 1,431 euros, o preço mais elevado em mais de duas semanas.

 

O volume também é considerável. Foram já negociados 12,5 milhões de títulos do BES, quando na sessão passada tinham sido transaccionadas 13,2 milhões durante toda a sessão.

 

O banco tem sido notícia nos últimos dias devido às modificações no modelo de governação e na estrutura accionista que estão a ser preparadas. Até aqui, o Grupo Espírito Santo exercia o controlo sobre o banco através da Bespar, com 35,3% do banco. A Bespar, parceria dominada pelo Espírito Santo Financial Group (73,6%) e o Crédit Agricole (26,4%), será extinta para reduzir as necessidades financeiras na reestruturação que está a ser levada a cabo no grupo (nomeadamente na área não financeira).

 

A parceria vai perder esta forma e tanto o ESFG como o banco francês passarão a ter posições directas no BES. O Agricole fica, assim, livre para decidir o futuro da sua participação.

 

“No caso específico do BES, a extinção da holding Bespar retira o ESFG do controlo do Banco de Portugal, dispensando os testes de stress do BCE. Com a tomada de participações directas pelo GES e do Crédit Agricole, o BES moderniza o seu modelo de governação”, comenta o gestor da corretora XTB, Steven Santos.

 

O especialista antecipa, igualmente, que caminhando-se para essa participação directa, poderá haver uma correlação positiva entre as acções do BES e do Crédit Agricole, ou seja, uma tendência para terem movimentos semelhantes. Esta manhã, a instituição gaulesa segue a somar 2,97% para 11,785 euros.

 

"A reorganização do Grupo Espírito Santo está a ser bem recebida pelo mercado, devido à simplificação do modelo de governação e ao menor escrutínio pelo BCE", acrescenta Steven Santos.

 

Além disso, com o GES sem uma posição de controlo, havendo uma maior dispersão accionista, o BES fica mais vulnerável a uma oferta pública de aquisição, nomeadamente uma hostil (que vá contra os interesses da administração).

 

Europa em alta

 

O BES lidera os avanços no sector financeiro português, numa altura em que o índice de referência, o PSI-20, soma 1,29%. Em Portugal, o Banco Comercial Português ganha 2,73% para 23,32 cêntimos enquanto o BPI está nos 1,952 euros ao ganhar 2,74%, estando nos preços mais elevados desde Janeiro de 2010. O Banif segue inalterada nos 1,23 cêntimos. Já o ESFG está a ganhar uns ligeiros 0,04%.

 

A banca está a registar avanços um pouco pela Europa. O BES marca o segundo maior ganho, apenas atrás do italiano Banca Monte dei Paschi di Siena. O conselho do Banco Central Europeu irá reunir-se esta semana e antecipa-se, neste momento, que possam vir a ser anunciadas medidas de apoio à economia.

 

Além disso, refere Steven Santos, “o sector da banca está a subir na Europa, impulsionado pelo relatório do BCE, que revelou o aumento marginal da liquidez em excesso na Zona Euro de 102,4 mil milhões de euros para 103,1 mil milhões, contrariando os receios sobre a menor liquidez no sistema bancário."

 

 

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