A Siemens Energy reviu em alta as suas previsões para a margem de lucro no médio prazo para um intervalo entre 10 e 12%, contra os anteriores 8%, em 2028. As ações do braço para a energia da multinacional alemã dispararam 21%, até aos 47,13 euros, a maior subida intradiária desde que se estreou em bolsa, em 2020.

A empresa justifica a revisão em alta das suas metas com a crescente procura para as suas tecnologias de rede, que compensam as perdas na sua divisão de turbinas eólicas, a Siemens Gamesa.

"Estamos muito confiantes com a qualidade da margem, vamos lá chegar passo a passo", disse a "chief financial officer" (CFO), Maria Ferraro, em entrevista à Bloomberg.

A responsável indicou ainda que a empresa tem uma carteira de encomendas de 123 mil milhões de euros, impulsionada pela forte procura devido à construção de "data centers" no âmbito do "boom" da inteligência artificial (IA).

A Gamesa, por seu turno, encontra-se num processo de profunda reestruturação e espera alcançar o "break even" no exercício fiscal de 2026.

As ações da Siemens Energy quase quadruplicaram de valor este ano face aos 12 euros com que encerraram 2023.

Para o ano fiscal de 2025, a Siemens Energy antecipa um crescimento de até 10% nas receitas comparáveis, mas ainda prevê perdas de 1,3 mil milhões de euros na Gamesa, o que deverá colocar o lucro do grupo perto do "break even".

No ano fiscal de 2024, as receitas da Siemens Energy cresceram 13%, tendo o lucro líquido atingido os 1.335 milhões de euros, em parte graças à venda de alguns ativos, nomeadamente a alienação da sua participação na Trench, "joint venture" na Índia.